A ação do Itamaraty para garantir insumos para fabricação de cloroquina durante a gestão do ex-ministro Ernesto Araújo, no ano passado, entrou na mira da CPI da Covid.
O senador Rogério Carvalho (PT-SE), suplente da CPI, vai apresentar um requerimento para a comissão se aprofundar no tema.
Hoje, o jornal “Folha de S. Paulo” revelou que o ex-chanceler mobilizou o ministério para adquirir junto a parceiros internacionais os insumos para o remédio.
A reportagem diz que teve acesso a telegramas diplomáticos que mostram o empenho de Araújo pela cloroquina, mesmo depois de a comunidade científica internacional ter afirmado que o remédio, defendido pelo presidente Jair Bolsonaro, não tem eficácia contra a Covid.
Ainda segundo a “Folha”, a busca por vacinas não recebeu atenção semelhante do Itamaraty.
Ministério da Saúde tira do site indicação de cloroquina no tratamento precoce da Covid
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O requerimento a ser apresentado à CPI pretende comprovar o empenho do governo para a aquisição de cloroquina e o desinteresse para a compra de vacinas. Segundo, o senador Rogério Carvalho, isso aponta para a tese de que o governo Bolsonaro intencionalmente buscou o contágio para criar imunidade de rebanho como forma de lidar com a pandemia.
A imunidade de rebanho, segundo especialistas, ocorre quando cerca de 70% da população tem anticorpos. No caso do Brasil, até esta segunda-feira, pouco mais de 15 milhões de pessoas já haviam contraído a doença, o que não representa nem 10% da população. O número de mortos por Covid ultrapassa 422 mil.