O município de Araripina, no Sertão do Araripe, em Pernambuco, comemora nesta quinta-feira, 11 de setembro, seus 97 anos de emancipação política. Localizada a cerca de 690 km do Recife, a cidade que nasceu com o nome de São Gonçalo celebra quase um século de história marcada pela força do seu povo, pela riqueza natural do solo e pela tradição cultural.
Entre chapadas, vales e a vegetação típica da Caatinga, Araripina se consolidou como uma das principais cidades do sertão pernambucano. Com uma população estimada em mais de 90 mil habitantes, o município é hoje um dos maiores produtores de gesso do Brasil e um polo regional de serviços, comércio e educação.
O nome Araripina guarda significados que ainda geram debates entre estudiosos, sem que haja um consenso definitivo sobre sua origem. Uma das versões mais conhecidas é associada ao Padre Ibiapina e à Chapada do Araripe. Outra, defendida pelo pesquisador Thomaz Pompeu Sobrinho, aponta para raízes indígenas, relacionadas à língua dos Cariris, povo que habitava a região antes da chegada dos colonizadores. Muito antes da fundação da cidade, o território já era ocupado por comunidades pré-históricas, cujos vestígios revelam uma memória ancestral.
A economia do município é fortemente impulsionada pelo Polo Gesseiro do Araripe, responsável por cerca de 95% da produção de gesso do país. A extração e o beneficiamento do minério movimentam milhares de empregos diretos e indiretos, além de abastecer o setor da construção civil em todo o Brasil.
Mas a força econômica de Araripina vai além do gesso. A cidade também se destaca na produção de mel, que já rendeu prêmios nacionais, na industrialização da fécula de mandioca, utilizada na indústria cervejeira, inclusive, e na geração de energia limpa, com a instalação de parques eólicos na região.
Mesmo diante do avanço industrial e urbano, Araripina mantém vivas suas tradições. As festas juninas, as vaquejadas, as novenas e o forró são manifestações que seguem movimentando a cidade, reunindo moradores e visitantes em celebrações típicas do Nordeste.
A cultura local também se expressa por meio do artesanato, da música e das rádios comunitárias, que alcançam municípios vizinhos em Pernambuco, no Piauí e no Ceará. O sotaque, o modo de vida e a religiosidade são elementos que ajudam a manter a identidade araripinense.
Nos últimos anos, Araripina vem se consolidando como um polo educacional no interior do estado. A chegada de cursos universitários, como Medicina e Engenharia, tem atraído jovens de diversas cidades do entorno, estimulando a formação de mão de obra qualificada e impulsionando o setor de serviços.
Com novos investimentos no distrito industrial, presença de grandes redes varejistas e políticas públicas voltadas à juventude, o município dá sinais claros de crescimento e aposta na inovação como caminho para o futuro.
Quase centenária, mas em constante transformação, Araripina chega aos 97 anos com o vigor de uma cidade que soube transformar desafios em oportunidades. Em um cenário marcado pela resiliência do sertanejo, a cidade se reinventa sem perder sua essência.
Entre a tradição e o progresso, impulsionada pela força da educação e da inovação, Araripina comemora mais um ano de história.
