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Araripina comemora hoje 95 anos de emancipação política

A cidade de Araripina, no sertão de Pernambuco, está comemorando nesta segunda-feira (11/09), 95 anos de emancipação política.

Hoje, as ruas do centro da cidade foram tomadas pelo tradicional desfile cívico. À noite, haverá uma festa com Marcelo e Rayane, Nadson Ferinha, Iguinho e Lulinha.

Por volta da segunda metade do século XIX, era proprietário da Fazenda São Gonçalo o Visconde de Parnaíba, rico senhor que residia na cidade de Oeiras, então capital do Piauí. Mais ou menos em 1860, o paraibano Manoel Félix Monteiro (provavelmente da cidade de Monteiro, Estado da Paraíba), casado com D. Teutônia Teixeira Leite, comprou a fazenda ao dito Visconde. Sendo constrangido a abandonar a família por desentendimento com a esposa, Manoel Monteiro, vendeu ferro e sinal ao mesmo Visconde, ficando as terras em poder da esposa. Em 1877, já era proprietário da Fazenda, o cearense Daniel Rodrigues Nogueira, primeiro morador do sítio onde se erigiu o povoado de São Gonçalo, cujos fundamentos já haviam sido lançados pelo padre Ibiapina, famoso Missionário nordestino, natural do Ceará, através da construção da capela, no ano de 1871. Ao lado de Daniel Nogueira, fixaram residência no povoado, ou nas proximidades, auxiliando nos trabalhos da construção do mesmo: Vítor José Modesto, pernambucano de Águas Belas, que deixou numerosa descendência; Francisco das Chagas, também patriarca de grande família; Ângelo Dias de Oliveira, cearense, com grande descendência; Henrique Alves Batista, também de copiosa prole; Cel. Antônio Modesto, homem de grande prestígio político, filho de Vitor José Modesto; José Martins de Alencar; José Flor, Antônio Argentino, Alexandre Arraes, Severo Cordeiro dos Santos, elemento destacado na política local, baiano de Senhor do Bonfim; João Pedro da Silva, da cidade de Ouricuri. Pela Lei municipal de 1º de julho de 1893, foi criado o distrito de São Gonçalo, que então contava com 8 ou 10 casas e a capelinha de Nossa Senhora da Conceição, primeira e única padroeira do lugar. A Lei estadual de 1º de julho de 1909, de número 991, elevou à vila o povoado, como distrito de Ouricuri.

Por essa época, eram principais habitantes do São Gonçalo do Sauhen, e elementos influentes na vida social e política local: o citado c.cl Antônio José Modesto; José Francisco das Chagas, acima também citado; João Pedro da Silva, Henrique Alves Batista, Severo Cordeiro dos Santos; Zeferino da Costa Feio; Antônio Pires de Holanda, paraibano; Manoel Mestre, velho professor; Joana de Lavor Papagaio, viúva de Antônio Balbino de França; Severino Mendes; Antônio Dias de Maria; Boaventura Praxedes de Alencar, cearense residente no sítio Sauhen, onde erigiu uma igrejinha dedicada à Senhora Santana, o qual exerceu por muito tempo o cargo de Comissário de Polícia, para repressão aos inúmeros bandidos que infestavam a zona; Antônio Merece; Antônio Barros Muniz; Cel. Pedro Cícero da Rosa Muniz, tabelião e influente chefe político; Joaquim Alexandre Arraes e Joaquim José Modesto. Em 1922, o Senhor D. José Lopes, bispo de Pesqueira, criou a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de São Gonçalo do Sauhen. Até 1933, ficou sob a responsabilidade do vigário de Ouricuri. A 14 de junho de 1923, chegou de Floresta do Navio o primeiro vigário residencial, padre Luiz Gonzaga Kerhle. Começou então nova era para São Gonçalo. Surgiu a primeira Escola Estadual e vieram vários melhoramentos. A igrejinha fundada pelo padre Ibiapina foi reformada. O cemitério contíguo à dita igreja foi fechado e construído outro. Em 1928, começou a luta pela independência do distrito. O panorama político-social de 1920 a 1930 é quase o mesmo, acrescido agora da atuação decidida do Vigário, homem de larga visão, inteligente e trabalhador. A 11 de setembro de 1928, era criado o município de São Gonçalo, pela Lei estadual n° 1 931, desmembrado do de Ouricuri, recebendo São Gonçalo o nome de cidade. A instalação do novo município ocorreu em 1° de janeiro de 1929. Os elementos que mais se salientaram na batalha da libertação, foram: o Cel. Joaquim José Modesto; o Cel. Francisco da Rosa Muniz; o citado padre Luiz Gonzaga; Francisco Pedro da Roera; major Joaquim Alexandre Arraes; Cel. Pedro Cícero da Rosa Muniz e Cel. Antônio Modesto. O primeiro Prefeito, foi o Cel. Joaquim José Modesto e Delegado de Polícia o major Joaquim Alexandre Arraes. Atualmente é Prefeito, o Sr. Joaquim Pereira Lima; Vice-prefeito Manoel Ramos de Barros; subprefeito do 2° distrito (Morais) Moisés Bom de Oliveira e subprefeito do 3° distrito (Nascente) Ancilon Mendes da Costa. É vigário da paróquia o padre Gonçalo Pereira Lima. O topônimo Araripina que substituiu o de São Gonçalo, pelo Decreto-lei estadual número 952, de 31 de dezembro de 1943, presume-se tenha sido originado pela localização do município nas imediações da chapada do Araripe.

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