ao Governo de Pernambuco. Um tema árido para a sociedade e pouco atrativo aos
eleitores passou a ser ferramenta eleitoral para ambos os dois pré-candidatos
já postos, a partir de perspectivas díspares. De um lado, o secretário estadual
da Fazenda, Paulo Câmara (PSB) – o homem responsável pelo aumento na
arrecadação do Estado -; do outro, o senador e ex-presidente da Confederação
Nacional das Indústrias (CNI), Armando Monteiro Neto (PTB) – ligado ao setor
empresarial.
Apoio aos Municípios (FEM) 2 e o modelo de tributação do Estado, sobretudo para
as micros e pequenas empresas, estiveram no bojo da discussão. O FEM é o
programa do Governo Estadual de redistribuição de recursos com base na
arrecadação de impostos, que injetou R$ 228milhões nos municípios para
realização de pequenas obras.
Eduardo Campos (PSB), é endossado por Câmara. O Armando Neto, assim como os
socialistas, defende mudanças, mas critica a eleitoralização da discussão. A
“guerra fiscal” promovida pelos estados para atrair investimentos, mas que
produz distorções na arrecadação de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Serviços (ICMS) também foi motivo de discordâncias nos discursos.
perder até R$ 2 bilhões neste ano. Paulo Câmara, no entanto, afirma que esta é
a única forma de atrair investimentos para o Estado. O cientista político
Juliano Domingues avalia que tornar acessível o assunto sobre imposto ao
eleitorado não especializado é um grande desafio para os estrategistas da
comunicação dos candidatos.
deve levar em conta a necessidade do eleitor perceber a importância das
consequências dessa política (de tributação) no seu dia a dia, ressaltando
aspectos econômicos, mas, sobretudo, sociais”, sugere.
parte da população é que paga mais impostos, embutidos nos produtos”, logo, são
os mais interessados. O economista destaca que os discursos estão sendo
utilizados, em partes, estrategicamente para desconstruir o concorrente.
formas do que na diminuição”. Por enquanto, ele não identifica vantagem em
nenhum dos postulantes. Juliano Domingues avalia que Armando Neto e Paulo
Câmara são especialistas na área, porém observa que o senador, pela experiência
e trânsito no meio empresarial, além de ser da oposição, levaria vantagem neste
debate. “Paulo Câmara não teria muito a ganhar com a manutenção dessa agenda”,
afirma o analista político.