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Ator Cláudio Marzo morre no Rio

O ator Cláudio Marzo, de
74 anos, morreu às 5h39 deste domingo (22) na Clínica São Vicente, na Gávea,
Zona Sul do Rio. Segundo a assessoria da unidade, ele estava internado no
Centro de Tratamento Intensivo (CTI) com quadro de pneumonia desde o dia 4 de
março.

Ainda não há informações
sobre onde o velório será realizado. Segundo a assessoria do hospital, Marzo
tinha o desejo de ser cremado. A família aguarda a chegada de um dos filhos que
mora na Austrália.
O ator também foi
internado no dia 8 de fevereiro devido a um quadro infeccioso, associado à
insuficiência renal e a um enfisema descompensado, informou o boletim médico
divulgado pelo Dr. João Manuel Pedroso, clínico geral e cardiologista do ator.
No dia 28 de dezembro de
2014, Cláudio foi internado no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do mesmo
hospital com um quadro de arritmia cardíaca e pneumonia. Entretanto, recebeu
alta médica no dia 31 de dezembro e pôde passar a virada do ano em casa.
Primeiro time da Globo
Marzo tinha 25 anos quando
recebeu o convite para trabalhar na TV Globo. Ele morava em São Paulo e fazia
parte do Grupo Oficina. Ele ainda atuava como dublador da série americana “Mr.
Novac”. Foi quando se mudou para o Rio e assinou contrato. Ele fez parte do
primeiro grupo de atores contratados pela Globo, inaugurada em 26 de abril de
1965.
“Por coincidência, a Globo
tinha comprado esses filmes que eu dublava. Então, já contratado, eu continuava
em São Paulo, até terminar as dublagens. Queria ter vindo antes, estava doido
para vir para o Rio”, lembrou o ator, em depoimento ao site Memória Globo.
Foi por conta desse
pequeno atraso que o ator acabou escalado não para a primeira, mas para a
segunda novela da emissora no horário das 19h. Era “A Moreninha”, de Graça
Mello, com 35 capítulos.
Ele nasceu no dia 26 de
setembro de 1940, em São Paulo, filho de uma família de operários e descendente
de italianos. O ator abandonou os estudos aos 17 anos para trabalhar como
figurante na TV Paulista. Depois, foi contratado pela TV Tupi. “Deixei até o
cabelo crescer para viver o músico, ninguém naquela época tinha cabelo
comprido”, disse.
“Sempre tive vontade de
ser ator, achava uma coisa fantástica. Os atores me emocionavam. Achava
interessante você transmitir emoções e consciência de mundo para as pessoas. Na
época, eu acreditava, ingenuamente até, que o teatro pudesse modificar o
mundo.”
Par com Regina Duarte
O ator participou de
várias novelas nos anos 1960, sendo “Véu de Noiva” um de seus
momentos mais marcantes. Ele atuou ao lado de Regina Duarte, na trama de Janete
Clair. A novela é considerada importante por ter sido uma resposta à tendência
iniciada por “Beto Rockfeller”, exibida pela TV Tupi. Foi ainda a
primeira a ganhar uma trilha sonora original, com músicas escolhidas por Nelson
Motta.
O par romântico Marzo e
Regina Duarte no gosto popular. E voltou a ser escalado em “Irmãos
Coragem”, de Janete Clair, produzida em 1970. Na trama, o ator viveu um
dos irmãos Coragem, Duda, um craque dos campos de futebol. Foi mais um sucesso
de público. “Eu não queria fazer sucesso em televisão. Eu queria ser ator de
teatro, entende? E achava que, na minha cabeça, na época, fazer sucesso em
televisão era uma coisa que te queimava. Novela, televisão, isso era uma coisa
inferior. Mas eu precisava trabalhar”, confessa.
“Minha doce
namorada”, de 1971, e “Carinhoso”, de 1973, trouxeram de volta
Cláudio Marzo e Regina Duarte. Na década seguinte, participou de produções que
marcariam a carreira. Em “Brilhante”, novela de Gilberto Braga
exibida em 1981, interpretou o motorista Carlos, que vivia romance com a
patroa, Chica Newman, interpretada por Fernanda Montenegro.
Manchete e filmes
Marzo também participou de
duas novelas na extinta TV Manchete. Ele esteve em “Kananga do
Japão”, de Wilson Aguiar Filho, em 1989; e “Pantanal”, de
Benedito Ruy Barbosa, no ano seguinte. A carreira de Marzo também inclui
trabalhos no cinema. Foram 35 longas-metragens, com destaque para “O Homem
Nu”, dirigido por Hugo Carvana, com roteiro de Fernando Sabino, em 1990.
Retorno à TV Globo
De volta à Globo em 1993,
atuou em “Fera Ferida”, de Walther Negrão, no papel do coveiro
Orestes Fronteira. Dois anos depois, foi convidado para participar do remake de
“Irmãos Coragem”, dessa vez vivendo o poderoso coronel Pedro Barros,
justamente quem perseguia a família Coragem. Em 2007, na Globo, atuou na novela
“Desejo Proibido”, de Walther Negrão, e na minissérie “Amazônia
– De Galvez a Chico Mendes”, de Gloria Perez, no papel de Ramalho Jr,
ex-governador do Acre. O último trabalho na Globo foi no seriado “Guerra e
Paz”, em 2008. O ator interpretou o capitão Guerra.
G1
Allyne Ribeiro
Allyne Ribeirohttps://araripinaemfoco.com
Diretora de Edição e Redação de Jornalismo
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