InícioDestaqueAtos contra Temer: volta discussão de ação da polícia

Atos contra Temer: volta discussão de ação da polícia

Ato por ‘diretas’ domingo na av. Paulista é autorizado após recuo da Secretaria de Segurança de SP

El País – Gustavo Moniz

Durante algumas horas desta sexta-feira acreditou-se que a Paulista, a via mais emblemática de São Paulo, viveria momentos de tensão no domingo, quando ao menos parte dos 20 mil manifestantes que confirmaram participação no protesto contra o presidente Michel Temer prometia desafiar a proibição do ato no local ditada pela Secretaria de Segurança de São Paulo, que citou a passagem da tocha das Paralimpíadas pela avenida no mesmo dia. O Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), um dos organizadores do ato, publicou nas redes sociais comunicado convocando protestos para às 15h, depois da hora prevista para a tocha. A secretaria recebeu mal a notícia: “Lamenta(mos) a postura intransigente dos organizadores do movimento”, dizia a nota enviada ao EL PAÍS.

O impasse foi desfeito com a intervenção do prefeito Fernando Haddad (PT), que procurou o secretário Mágino Barbosa Filho, da gestão Geraldo Alckmin (PSDB), e Boulos para negociar. Na queda de braço, a secretaria, que havia proibido qualquer manifestação na Paulista no domingo, recuou e deu aval à manifestação. Já o MTST atrasou em uma hora e meia a convocatória do protesto, criando intervalo maior da esperada da passagem da tocha, prevista para pouco depois das 14h.

Foi mais um capítulo do conturbado início do Governo de Michel Temer nas ruas paulistanas. Desde segunda-feira, um dia antes da votação do impeachment de Dilma Rousseff, manifestações tomaram ruas da cidade, reabrindo o debate sobre os deveres e direitos de manifestantes e os limites para ação da Polícia Militar. Bombas de efeito moral, jatos de água e balas de borracha foram usadas para reprimir e dispersar os manifestantes por cinco dias seguidos em atos – o desta sexta foi na região do Largo da Batata, na Zona Oeste, que tiveram participação de grupos adeptos da tática black bloc, de agressão ao patrimônio. Fotógrafos e jornalistas ficaram feridos, e uma estudante perdeu a visão de um olho após ser atingida por estilhaços de bomba.

Damião Sousa
Damião Sousa
Diretor de Jornalismo e Marketing
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