O Conselho Monetário Nacional (CMN) do Banco Central aprovou hoje o lançamento da cédula de R$ 200, que terá como personagem o lobo-guará. A nova nota deve entrar em circulação a partir do final de agosto.
A previsão do BC é que sejam impressas 450 milhões de cédulas de R$ 200 neste ano.
A imagem de como será a nova cédula ainda não foi divulgada pelo Banco Central, que afirmou que ela ainda está em “fase final de testes”.
Pandemia acelerou decisão
Mais cedo, o BC informou que de fevereiro, antes da pandemia, para junho, o Papel Moeda em Poder do Público (PMPP) saltou 28,9%, de R$ 210,227 bilhões para R$ 270,899 bilhões. Este é o maior valor da série histórica do BC, iniciada em dezembro de 2001. De acordo com o chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, o aumento do papel moeda nas mãos do público nos últimos meses foi causado pela demanda da população com a liberação do auxílio emergencial mensal de R$ 600 pelo governo, durante a pandemia.
Em meio à busca por dinheiro em papel na crise, o Ministério da Economia havia confirmado em 22 de julho que o BC havia solicitado um reforço de R$ 437,9 milhões. “Não só o Banco Central brasileiro, mas bancos centrais de outros países observaram o fenômeno do entesouramento desde que a pandemia começou”, afirmou Carolina de Assis Barros, diretora de administração do BC. “Em momentos de incerteza, as pessoas tendem a fazer saques e acumular dinheiro, acumular reserva, porque o dinheiro em tempos de incerteza é um sinal de segurança. É estabilidade.”
Além do saque para formar reservar, outros dois fatores contribuíram para que houvesse essa diminuição na circulação de moeda por causa da pandemia, segundo a diretora do BC: a redução do volume de compras no comércio, por causa das medidas de isolamento, e o pagamento do auxílio emergencial de R$ 600. “O Banco Central acredita também que aqueles beneficiários do auxílio emergencial que receberam o seu benefício em espécie não retornaram esse dinheiro ao sistema bancário com a velocidade que a gente esperava”, afirmou.
A diretora afirma que, com essa menor circulação, aumentou a demanda para que as casas de impressão ao redor do mundo produzissem mais notas e moedas em menos tempo. “Elas (casas de impressão) foram desafiadas a produzir um maior volume financeiro em uma menor quantidade de tempo. E por que isso é desafiador? É desafiador porque você tem limitações fabris, limitações de insumo, limitações de produção das máquinas.” Ela disse que o Banco Central não sabe por quanto tempo esse efeito deve durar na economia brasileira.
(Com Estadão Conteúdo)