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Brasil sobe três posições em ranking global de corrupção

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Em uma escala de 0
a 100, em que zero significa muito corrupto e 100 livre de corrupção, o país
alcançou nota 43, um ponto a mais do que no ano passado, quando ficou no
72º lugar entre 177 países; esse ano, o Brasil ficou na 69ª posição.
O Brasil ficou em 69º lugar entre os 175 países
avaliados pelo Índice de Percepção da Corrupção, divulgado hoje (3) pela
organização Transparência Internacional, referência mundial no assunto. No ano
passado, o país tinha ficado em 72º lugar entre 177 países. O relatório,
elaborado desde 1995, é baseado em dados e pesquisas sobre corrupção,
fornecidos por diferentes instituições e analisados por especialistas.
Empatados
com o Brasil na 69º colocação, estão mais seis países: Bulgária, Grécia,
Itália, Romênia, Senegal e Suazilândia. Em uma escala de 0 a 100, em que zero
significa muito corrupto e 100 livre de corrupção, o país alcançou nota 43, um
ponto a mais do que no ano passado. Nas Américas, o Brasil ficou atrás de
países como o Chile e o Uruguai e à frente da Argentina e da Venezuela. Dentre
os países que formam o bloco dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África
do Sul), o índice brasileiro ficou atrás apenas do sul-africano (67°) e à
frente do indiano (85º), do chinês (100º) e do russo (136º).
O
mau desempenho dos Brics é citado no relatório. “A corrupção em grandes
economias não só bloqueia os direitos humanos básicos para os mais pobres como
também cria problemas de governança e instabilidade. Economias em
desenvolvimento cujos governos se negam a ser transparentes e toleram a
corrupção, criam a cultura da impunidade”, aponta o documento.
Nenhum
dos 175 países avaliados atingiu nota 100 e mais de dois terços ficaram abaixo
de 50. Mais uma vez, a Dinamarca lidera o ranking como o país com o menor
índice de corrupção no setor público e alcançou nota 92. Em segundo lugar, está
a Nova Zelândia, com nota 91. Completando a lista dos cinco primeiros colocados
estão a Finlândia em terceiro, a Suécia em quarto, e a Noruega e a Suíça, ambos
em quinto lugar.
Em
último no ranking estão a Coreia do Norte e a Somália, ambos em 174º, com oito
pontos. No relatório, China (nota 36), Turquia (nota 45) e Angola (nota 19) são
citados como países que tiveram o pior desempenho em 2014. A China e a Angola
perderam quatro pontos, enquanto a Turquia perdeu cinco.
“Escolas
mal equipadas, medicamentos falsificados e eleições decididas pelo dinheiro são
algumas das consequências de um setor público corrupto. Subornos e esquemas de
corrupção não só roubam os recursos dos mais vulneráveis, mas também acabam com
a justiça e com o desenvolvimento econômico e destroem a confiança pública no
governo e nos líderes políticos”, avalia o relatório da Transparência
Internacional.
No
documento, o caso de corrupção na Petrobras, no Brasil, e o assassinato de
cerca de 40 estudantes por gangues no México, são citado como exemplos da
“falta de progresso significativo no combate à corrupção nas
Américas”. “Esses dois países – em vez de fazer uso positivo de sua
influência como líderes geopolíticos – mostram sinais de estagnação e até de
atraso ao permitir o abuso de poder e o desvio de recursos em benefício de poucos”,
analisa Alejandro Salas, diretor da Transparência Internacional para as
Américas.
Salas
acredita que, para garantir mudança na região, os líderes precisam trabalhar em
questões-chave: “acabar com a impunidade, removendo políticos e servidores
públicos corruptos do poder e garantindo mecanismos que permitam aos cidadãos
denunciar; garantir publicidade e transparência às finanças públicas; reduzir a
desigualdade pela incorporação da transparência, para que o investimento social
seja direcionado aos que precisam e não por critérios políticos; e criar
registros públicos dos proprietários de companhias, para evitar que os
corruptos se escondam atrás de companhias secretas, lavando dinheiro e
crescendo com a pilhagem de esquemas de corrupção”.
O
diretor da Transparência Internacional para as Américas também falou sobre a
responsabilidade dos cidadãos, que “tendem a se ver como vítimas passivas
da corrupção”. “Essa passividade é parte do problema e ajuda a
explicar o motivo pelo qual a situação não melhora. Não faz sentido deixar as
reformas e as ações anticorrupção nas mãos de poucos líderes. É surreal
acreditar que aqueles que se beneficiam da corrupção serão os mesmos que vão
erradicá-la”, enfatizou. Salas pontua que os cidadãos são responsáveis
pela corrupção quando pagam propina a um servidor público, quando elegem
políticos corruptos e quando agem com apatia e renunciam à sua capacidade de
gerar mudanças.
brasil247
Allyne Ribeiro
Allyne Ribeirohttps://araripinaemfoco.com
Diretora de Edição e Redação de Jornalismo
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