A história que pessoas enricaram após arrancar um “caixão de ouro” (ou botija de ouro) no Nordeste brasileiro vem de tempos imemoriais. A lenda de que pessoas bafejadas pela sorte, depois de sonhos com gente do outro mundo, conseguiram desenterrar valiosos tesouros contendo moedas, joias, utensílios e até barras de ouro forte são repassadas de geração a geração.
Verdade ou não, em todo o nordeste, inclusive aqui, em São Julião, ainda hoje são citados nomes de pessoas que outrora reconhecidamente pobres, que sem herdar de parentes ou amigos, e sem que tivessem sido beneficiadas por um bilhete grande premiado na loteria, se tornaram ricas misteriosamente.
Pois bem. Recentemente um buraco escavado nos escombros de uma antiga residência, na localidade Canafístula, zona rural de São Julião, tem chamado a atenção de moradores daquela região. Com o boato, muitos curiosos estão visitando o local e alguns são categóricos ao afirmar que “ali realmente fora arrancado um enorme ‘caixão de ouro’”.
Para seu Luis Dodoia, 66 anos, não existe outra explicação. “O que levaria uma pessoa a escavar um buraco desse tamanho, embaixo de um pé de catingueira? Com certeza, arrancaram neste local uma botija de ouro das grandes”, afirmou o simpático velhinho.
Seu Luis informou que ali, naqueles escombros morou no passado um rico agricultor, que vendia e comprava gados. Segundo ele, esse homem gostava bastante de ouro. “Ele era criador e vendedor de gado, lembro que meu pai dizia que ele gostava muito de ouro”, pontuou o senhor aposentado.
Para Geraldo Crispino, 42 anos, morador próximo do local onde foi escavado o buraco, o mais intrigante é que nem ele e ninguém de sua família viram alguém trabalhando ou escavando aquele rasgo na terra. “Moro pertinho daqui, se fosse alguém trabalhando durante o dia, ou mesmo caçadores com cães à noite, tínhamos percebidos”, declarou encafifado o morador.
Por Jeremias Carvalho
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