O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral gastou mais de R$ 6,5 milhões em joias entre 2000 e 2016. Elas foram pagas em dinheiro vivo e sem emissão de nota fiscal, segundo documentos elaborados pelo MPF (Ministério Público Federal) na investigação da operação Eficiência, deflagrada nesta quinta (26) e que teve o empresário Eike Batista como um dos alvos.
Em delação premiada, Renato e Marcelo Chaber, que atuaram como operadores financeiros do político até o ano passado, revelaram um pagamento no valor de 229 mil euros por meio de uma conta do banco BSI para a H. Stern da Alemanha em 2015. O comprovante bancário foi anexado aos autos da investigação.
A H. Stern confirmou a compra no valor de R$ 773 mil e informou que o montante se refere “pagamento de um par de brincos e de um anel de safira, nos valores de R$ 493 mil e R$ 280 mil que teriam sido adquiridos pelo Sr. Sérgio de Oliveira Cabral Santos Filho, nos meses de maio e junho de 2015”.
Os delatores afirmaram que a partir de 2012 o fluxo de dinheiro de propina de Cabral, que até então era remetido para o exterior via operações como dólar-cabo, passou a ficar no Brasil. O dinheiro ilícito começou a ser gasto com despesas no país.
O relatório do MPF diz ainda que os operadores eram os responsáveis por usar o dinheiro ilegal para saldar custos como pagamentos de funcionários de Cabral, previdência privada, encargos trabalhistas, médicos, terapeutas, condomínio, IPTU, IPVA, seguro de carros e conserto de automóveis. Segundo os delatores, só essas despesas giravam de em torno de R$ 220 mil mensais.