Câmara: “Renúncias fiscais são coisas naturais”

Pré-candidato ao Governo de Pernambuco, secretário
estadual da Fazenda, Paulo Câmara (PSB), é conhecido por correligionários e
empresários, nos bastidores como “cobrador de imposto”. É o homem responsável
pelo aumento da arrecadação do Estado e, segundo o governador-presidenciável
Eduardo Campos (PSB), pela redução nos custeio da máquina, que possibilitou a
execução do Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento dos Municípios (FEM) 1 e
2.

Na sua opinião, é natural que regiões mais pobres
ofereçam renúncias fiscais para atrair investimentos. No último final de
semana, Paulo Câmara se manifestou sobre o assunto durante uma agenda, em
Garanhuns. “Renúncias fiscais são coisas naturais. Vivemos uma guerra fiscal e
as regiões mais pobres têm que se utilizar deste mecanismo para atração de
empresas. Se isso não fosse feito, não teríamos conseguido trazer tantas
empresas quanto trouxemos para o nosso Estado”, afirmou o secretário,
acrescentando que esta é a única forma de atração de investidores.

O pré-candidato argumenta que as perdas de ICMS dos
municípios são compensadas com a geração de emprego, melhoria da renda dos
entes e como comércio e critica o Governo Federal. “O que vem prejudicando mais
hoje são as dexonerações do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e
Imposto de Renda (IR). Pernambuco perdeu nos últimos três anos quase R$ 1
bilhão em renuncia de IPI. Isso também fez com que perdêssemos o Fundo de
Participação dos Municípios (FPM)”, alfineta.

O economista Gustavo Rocha explica que “a concentração do
ICMS de Pernambuco é uma das mais altas, porque a atração do investimento é
feito através da redução ou inversão de tributos, mas, os que já estão no
Estado, pagam taxas altas”.