Acusados
pela Polícia Civil de cometer crime de concussão, os dez vereadores
caruaruenses presos no último dia 18 de dezembro vão tentar derrubar a
liminar da 4ª Vara da Fazenda Pública do município, que determinou o
afastamento do cargo por 180 dias. Eles são suspeitos de cobrar propina
de R$ 2 milhões para aprovar projeto para implantação do BRT (Bus Rapid
Transit) na cidade, onde a prefeitura tenta contrair empréstimo de R$
250 milhões junto ao Banco do Brasil.
“Vamos
entrar com o recurso no Tribunal de Justiça na próxima semana. Só
teremos acesso ao processo amanhã [hoje]. A ideia é saber o que consta
nos autos, preparar a defesa e entrar com o recurso”, explicou o
advogado Saulo Amazonas, que representa os dez vereadores. “Não estou
aqui querendo antecipar decisão do tribunal, mas a justiça viu que não
tinha necessidade de prisão. Nossa expectativa é boa, inclusive nenhum
desses vereadores têm algum tipo de interferência no andamento do
Legislativo. Nenhum deles, por exemplo, está no cargo de presidente”,
completou.
Deixaram a prisão no dia 24 de dezembro os vereadores
Jajá (PPS), Val das Rendeiras (PROS), Louro do Juá (DEM), Sivaldo
Oliveira (PP), Neto (PMN) e Evandro Silva (PMDB). No dia seguinte foi a
vez de Cecílio Pedro (PTB) e Val (DEM) saírem da Penitenciária Juiz
Plácido de Souza; e, no dia 26, Eduardo Cantarelli (PROS) e Pastor
Jadiel (PROS).
Briga – A expectativa é de uma
possível briga jurídica travada pelos vereadores acusados de receber os
salários. Durante o mês de dezembro, os legisladores afastados só
receberam o vencimento proporcional aos 18 dias trabalhados, uma vez que
os suplentes assumiram os postos, a mando da Justiça.
A maioria
dos servidores da Câmara de Caruaru evita comentar as prisões. Os
gabinetes dos vereadores afastados permanecem fechados. O presidente da
Casa, Leonardo Chaves (PSD), disse que, caso tenha que pagar o salário
integral dos vereadores afastados e os dos suplentes, será forçado a
demitir funcionários que fazem parte da assessoria.
Sobre a
abertura do processo de cassação dos mandatos, sugerido pelo Ministério
Público, Leonardo Chaves disse que ainda não recebeu o parecer de sua
assessoria jurídica. Contudo, o presidente do Conselho de Ética da
Câmara de Caruaru, Ricardo Liberato (PSC), explicou que a decisão de
abrir o processo cabe ao presidente da Casa.
JC Online.