InícioAraripina em FocoCientistas descobriram que Gafanhotos podem sentir o cheiro de câncer em humanos;...

Cientistas descobriram que Gafanhotos podem sentir o cheiro de câncer em humanos; Veja

Página inicialCuriosidades

Cientistas descobriram que Gafanhotos podem sentir o cheiro de câncer em humanos; Veja

Equipe Rede Brasil Oficialagosto 09, 20220

Os cientistas mostraram que os gafanhotos são adeptos de diferenciar células humanas saudáveis das células cancerosas usando seu olfato – e isso poderia abrir oportunidades para detectar a doença mais cedo, melhorando as chances de recuperação.

Melhor ainda, os insetos podem realmente escolher linhas celulares cancerígenas individuais, sugerindo que o tipo de câncer, bem como a presença de câncer, podem ser detectados.

Se descobrirmos como aproveitar essa habilidade em dispositivos médicos, há uma enorme quantidade de potencial. Publicado no site pré-impressão BioRxiv antes da revisão por pares, suas descobertas são promissoras para a detecção precoce do câncer.

A detecção de gafanhotos, que é medida por mudanças na atividade cerebral capturadas por eletrodos, é confiável, sensível e rápida – acontecendo em apenas alguns milissegundos.

“A detecção precoce [do câncer] é tão importante, e devemos usar todas as ferramentas possíveis para chegar lá, projetadas ou fornecidas para nós por milhões de anos de seleção natural”, diz o microbiologista Christopher Contag, da Universidade Estadual de Michigan.

“Se tivermos sucesso, o câncer será uma doença tratável.”

Tudo isso é possível graças aos compostos orgânicos voláteis (VOCs) que respiramos, que os cientistas sabem que são de alguma forma alterados pela presença de câncer interferindo nos processos metabólicos das células individuais.

O truque é pegar a mudança mais cedo.

Entre no gafanhoto, um inseto usado regularmente por cientistas em pesquisas de olfato – então já sabemos muito sobre essas criaturas e suas habilidades olfativas.

Usando eletrodos ligados ao cérebro de gafanhotos, a equipe foi capaz de medir a resposta dos insetos a amostras de gás de diferentes células e estabelecer perfis de sinais que representavam os produtos químicos que estavam cheirando. É claro que os perfis criados em resposta a células saudáveis e células cancerosas eram diferentes.

Tendo estabelecido anteriormente que as células dos cânceres de boca pareciam diferentes das células normais sob um microscópio, e colocando isso em mudanças nos metabólitos, os cientistas foram capazes de confirmar que as células realmente cheiravam diferente dos gafanhotos – provavelmente devido a VOCs no ar.

Este estudo em particular foi restrito aos cânceres de boca, mas os pesquisadores estão confiantes de que outros tipos de câncer poderiam ser detectados da mesma forma devido às diferentes assinaturas dos COCs produzidos.

“Esperávamos que as células cancerígenas parecessem diferentes das células normais. Mas quando os insetos foram capazes de distinguir três cânceres diferentes um do outro, isso foi incrível”, diz Contag.

Em diferentes tipos de câncer, a taxa de sobrevivência é de cerca de 10-20% quando o câncer é detectado no estágio 4 (quando se espalhou para outras partes do corpo). Compare isso com os cânceres detectados no estágio 1, para os quais os pacientes têm 80 a 90% de chance de sobrevivência – uma diferença enorme.

Já está em andamento o trabalho para desenvolver dispositivos de “nariz biônico” que poderiam detectar alterações nos VOCs, mas os cientistas ainda estão um pouco aquém de criar sensores que correspondam ao que a natureza criou. Essa descoberta potencialmente oferece outro caminho a seguir nesta busca.

O objetivo final da equipe é ‘hackear’ o cérebro dos insetos para usá-lo para o diagnóstico da doença, reverter a engenharia do poder natural de cheirar gafanhotos. Ainda é cedo, mas os pesquisadores podem ver um caminho para dispositivos de detecção utilizáveis.

“Teoricamente, você poderia respirar através de um dispositivo, e ele seria capaz de detectar e diferenciar vários tipos de câncer e até mesmo em que estágio a doença está”, diz o engenheiro biomédico Debajit Saha, da Universidade Estadual de Michigan.

“No entanto, este dispositivo ainda não está perto de ser usado em um ambiente clínico.”

O trabalho de pré-imprensa sobre a pesquisa está disponível na BioRxiv.

Fonte: Redebrasil News.

Allyne Ribeiro
Allyne Ribeirohttps://araripinaemfoco.com
Diretora de Edição e Redação de Jornalismo
RELACIONADOS