InícioBrasilCiro: 'Fui enganado' por Paulo Câmara em 2018

Ciro: ‘Fui enganado’ por Paulo Câmara em 2018

O ex-ministro Ciro Gomes (PDT), candidato à Presidência nas eleições de 2018, afirmou ontem que foi enganado pelo governador Paulo Câmara nas articulações do pleito do ano passado. Segundo o pedetista, o gestor pernambucano teria prometido a ele o apoio na disputa pelo Palácio do Planalto, quando, segundo Ciro, o PSB teria feito a aliança com o PT em troca da neutralidade na disputa presidencial. Ciro defendeu ainda a unidade do PDT em Pernambuco para que, em 2020, sejam apresentadas candidaturas em Caruaru e no Recife, caso quadros da sigla queiram disputar as eleições municipais. 

Em visita ontem ao Diario de Pernambuco, Ciro criticou o governo Bolsonaro pelos cortes na educação e ainda disse que a gestão federal precisa investir em três pilares para alavancar a economia e reduzir a desigualdade do Nordeste: infraestrutura, capacitação profissional e acesso a terra.

Entrevista  Ciro Gomes // ex-presidenciável
Muitos governos fizeram cortes na educação. Por que o que foi feito agora chamou mais atenção da opinião pública e gerou mais repulsa da população?

Durante os últimos anos, nos governos Lula e Dilma, o Brasil expandiu o ensino superior de forma consistente, portanto expandiu o gasto consolidado com educação. Os cortes aconteceram no que estava a mais. Exemplo: gastávamos 50, passamos para 100, mas de vez em quando se economizava 10 e ficava 90, que é maior que 50. Mas houve protestos e greve por conta disso, sim. Mas nesse momento gravíssimo, o Brasil já vive num limite de queda desde o governo Dilma, de maneira que as universidades e os institutos federais já estão com seus custeios e investimentos chegando no osso. Quando você corta na carne, ainda tem um pedaço de carne para suportar, ou seja, já está se cortando perto do osso agora. O governo tirou quase R$ 1,8 bilhão da verba de emergência para colocar atenuando esses cortes. Se não formos para a rua dia 30, eles não vão atender. Se não fizer o conserto, parte das universidades vão começar a parar em setembro. Isso é parte de um fenômeno muito mais grave: meteram na Constituição o monstrengo da PEC do congelamento de gastos, a do fim do mundo. Se você aumenta qualquer despesa, tem que se descontar das outras. Bolsonaro deu um aumento importante pra os militares, Temer deu um aumento importante para os juízes e os políticos. A soma dos bilhões está sendo tirada das Forças Armadas, as nossas fronteiras estão sem proteção, projetos importantes estão sendo retirados das forças armadas. Em setembro, se o Congresso Nacional não mudar o crédito, vão atrasar o Bolsa Família. Isso foi votado com o voto a favor do Bolsonaro. 

José Matheus/Foto:Leandro De Santana

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