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Com pedido de respeito pelos idosos e povos indígenas, ‘Galo Mensageiro da Paz’ vai reinar no Recife

Foram revelados, nesta sexta-feira (26), o tema e a indumentária do Galo Gigante que vai reinar na ponte Duarte Coelho, no Centro do Recife, durante o Carnaval 2024.

A escultura recebeu este ano o nome de “Galo Mensageiro da Paz”, pedindo respeito pelos idosos e pelos povos indígenas. O Galo Gigante é assinado pelo artista plástico, designer e consultor Leopoldo Nóbrega, com produção executiva de Germana Xavier.

Em sua crista, a escultura traz o branco e prata dos grisalhos, evocando respeito e inclusão, firmando ainda mais a ideia de que o Carnaval é feito para todos os públicos. As penas da cauda trarão a palavra “Paz” escrita em 16 idiomas distintos.

“Esta é uma mensagem que o mundo precisa trazer para dentro do coração. Não só no Carnaval, mas para sempre. Esse é o grande desejo. Além disso, a gente está reverenciando a terceira idade, sendo detentora de toda uma experiência de vida e que apresenta, nos seus grisalhos, uma marca e uma existência de cocriação desse Carnaval e dessas memórias”, destacou Nóbrega.

O Galo é repleto de sustentabilidade e referência aos povos originários. Branco é a cor predominante da escultura, que ganha, ainda, tons que representam os cinco continentes: amarelo (Ásia), preto (África), vermelho (América), azul (Europa) e verde (Oceania).

Estrutura
Em seu corpo, o Galo ganha uma releitura de renascença em uma espécie de body branco. Um elemento nobre feito de forma alternativa com materiais plásticos, seguindo a técnica da renda tradicional. Uma réplica de uma sombrinha de frevo foi colocada na altura do coração da majestade. Em forma de tatuagem, nas asas, está o símbolo da paz, em voga desde a década de 1970, mesma década de fundação, inclusive, do bloco Galo da Madrugada.

Sobre os ombros, a indumentária do monumento vai reverenciar os povos indígenas e seus raros mantos tupinambás, vestimentas feitas em arte plumária, cujo exemplar mais famoso foi subtraído e levado para a Dinamarca, desde o século 17, e será devolvido ao Brasil neste ano. 

Serão empregadas mil ‘penas’ feitas das lonas plásticas de 1,10 m de comprimento por 40 centímetros de altura, na técnica arte plumária upcycle. As peças podem trazer suas cores originais ou ainda ganhar intervenções de grafitagem e apliques de tintas. 

“Trazemos também uma referência aos povos originários indígenas, a partir dessa chegada do manto Tupinambá, que está sendo devolvido ao Brasil. São referências que vão compondo essa indumentária e essa grande presença do Galo da Madrugada, levando o conceito de mensagens que são valiosas”, complementou Leopoldo.

Já nas pernas, serão instaladas franjas, com a artesania das varandas, que são apliques feitos em tecidos com técnica de macramê, utilizada pelas artesãs de Caraibeiras, terra dos Pankakarus.

bico do galo, por sua vez, ganha um tom que evoca as formações étnicas dos mamelucos, além de trazer uma maquiagem com a paleta que permeia a obra.

Nomes históricos
Leopoldo também homenageia personalidades que dedicaram sua existência pela paz no mundo, como Dom Hélder Câmara, Cacique Raoni, Madre Teresa de Calcutá e Martin Luther King, e marca os 79 anos da Organização das Nações Unidas (ONU) em sua missão de paz pelo mundo.

A estrutura pesará oito toneladas, terá 28 metros de altura, sendo 90% composta de materiais recicláveis. A obra de arte ratifica o compromisso com a preservação ao meio ambiente e inovação de procedimentos artísticos. Será vestida de 10 mil CDs e DVDs, além de 2 mil metros de lonas publicitárias. Todos doados.

Fonte: Folha de Pernambuco

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