Lyra Pessoa de Melo Filho é apontado como líder de suposto grupo criminoso e
encarregado de entregar propina da empreiteira Camargo Corrêa ao ex-governador.
na Operação Turbulência, a Polícia Federal apontou o empresário João Carlos
Lyra Pessoa de Melo Filho como líder de suposto grupo criminoso e encarregado
de entregar propina da empreiteira Camargo Corrêa ao ex-governador Eduardo
Campos – morto em acidente aéreo em agosto de 2014 – e ao senador Fernando
Coelho Bezerra (PSB-PE), pai do ministro das Minas e Energia do governo
interino Michel Temer (PMDB), Fernando Filho.
João Carlos Lyra, segundo a PF, teriam origem nas obras da Refinaria Abreu e
Lima, realizada pela Petrobras no Estado de Pernambuco. A Abreu e Lima é alvo
de outra Operação da PF, a Lava Jato.
assinou o Termo de Intenção de Compra e se apresentou formalmente como o único
comprador do avião Cessna Citation PR-AFA que caiu em Santos (SP) há dois anos,
matando Eduardo Campos, o então candidato à presidência pelo PSB.
de Lyra foi detalhada à delegada Andrea Pinto Albuquerque pelos ex-funcionários
da Camargo Corrêa Gilmar Pereira Campos e Wilson da Costa. De acordo com os
ex-funcionários, para viabilizar o pagamento, a empreiteira realizou um
contrato fictício com a Construtora Master. O objeto do contrato seria a
terraplenagem na obra da refinaria de Abreu e Lima, mas o serviço nunca foi
prestado.
os contratos fraudulentos, diz a PF, eram repassados para João Carlos Lyra por
meio de entregas de dinheiro vivo e por meio de depósitos em contas de grupo de
empresas de fachadas em nome de laranjas ligados ao líder do grupo criminoso.
investiga uma organização criminosa responsável pela criação e manutenção de
uma série de empresas de fachadas utilizadas, segundo a PF, para fazer circular
“recursos de origem espúria” de modo a ocultar os remetentes e
destinatários desses valores.
origem na queda do avião Cessna Citation, a delegada Andrea Pinho compartilhou
informações com a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba e com o grupo de
investigadores da Procuradoria-Geral da República.
proprietários do jatinho, os investigadores da Turbulência mapearam uma teia de
empresas de fachada utilizadas para lavar e supostamente escoar dinheiro
oriundo de obras públicas para campanhas políticas.
da Camargo Corrêa e da OAS que teria origem em desvios praticados em obras da
Petrobras realizadas no Estado e na transposição do Rio de São Francisco.
propina da Camargo Corrêa, segundo a PF, Lyra também teria utilizado as contas
de empresas de fachada operadas por ele para escoar valores provenientes da
OAS. De acordo com a PF, entre 2010 e 2014, foram registradas ao menos 90
transações entre a construtora as empresas ligadas a Lyra que somaram R$ 14
milhões.
ele (Lyra) teria utilizado tais contas para aportar recursos provenientes de
contratos superfaturados executados pela OAS, em troca da entrega de dinheiro
em espécie que serviria de pagamento de propina a políticos e funcionários
públicos devidos por aquela empreiteira, dissimulando a natureza criminosa dos
valores recebidos”, sustenta a delegada da PF.
nega que ele tenha praticado qualquer irregularidade. Todos os esclarecimentos
serão dados nos autos do processo.”
falecido Eduardo Campos, o PSB afirmou que reitera a sua confiança na
“conduta sempre íntegra do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos e o
apoio incondicional ao trabalho de investigação da Polícia Federal e do
Ministério Público, esperando que resulte no pleno esclarecimento dos
fatos”.
Coelho, por meio de sua assessoria, disse que “não é investigado na
operação Turbulência” e informou que nunca coordenou “nenhuma
campanha de Eduardo Campos”.