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Deputados de Pernambuco querem punição criminal a participantes 19ª Parada LGBT de São Paulo

A bancada evangélica da
Assembleia Legislativa de Pernambuco promete acionar o Ministério Público
Federal (MPF) e a Justiça para que os participantes da 19ª Parada LGBT de São
Paulo, que foram filmados e fotografados se beijando, fantasiados de Jesus
Cristo no momento da crucificação, sejam punidos criminalmente. Na tarde da
última terça-feira, o presbítero Adalto Santos (PSB), um dos integrantes do
grupo, foi ao plenário e fez um discurso bastante polêmico sobre o fato,
ocorrido no último domingo. Em uma das passagens, chegou a dizer que, caso
fosse muçulmano, pegaria uma espingarda e resolveria o problema.
A bancada se reúne hoje na
Assembleia e a criminalização dos ativistas deverá ser debatida. “Irei sugerir
junto aos meus colegas que façamos isso. As imagens são muito claras e é
possível identificar esses indivíduos. Não foram só os atos obscenos que
cometeram enquanto estavam fantasiados, mas zombaram da religiosidade do povo
brasileiro”, ponderou o pastor Cleiton Collins (PP), deputado que comanda o
grupo formado por oito parlamentares. O representante do PP disse, no entanto,
não saber exatamente em que crime os participantes poderiam ser enquadrados.
“Vamos analisar com cuidado as imagens. O importante é que esse grupo seja
punido, para que não haja uma generalização dos que participaram do evento”.
Ontem, durante a sessão
ordinária da Assembleia Legislativa, o tema não recebeu a mesma atenção do dia
anterior. O presbítero Adalto Santos passou rapidamente pelo plenário, trocou
algumas palavras com o presidente da mesa diretora, deputado Guilherme Uchoa
(PDT), e deixou a Casa para um compromisso externo. Na segunda-feira, Adalto,
que normalmente é bastante ponderado em suas intervenções, mostrou irritação ao
apresentar as imagens a seus pares. “Vou encaminhar essa pouca vergonha (as
fotos) para o papa. Isso é um caso de polícia e ela devia ter agido. (…) Se
eu fosse muçulmano, eu pegaria uma espingarda e resolveria, mas eu sou cristão.
Prefiro renunciar ao meu mandato a ver qualquer frente LGBT ser aprovada aqui
nesta Casa”, disse na ocasião.  
Allyne Ribeiro
Allyne Ribeirohttps://araripinaemfoco.com
Diretora de Edição e Redação de Jornalismo
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