Para tentar enfrentar a volta do recesso branco no Congresso com a base governista ainda descontrolada, a presidente Dilma Rousseff decidiu fazer uma reunião com os líderes aliados na Câmara –principal foco de problemas com o Legislativo.Dilma quer inaugurar o que interlocutores chamam de “um novo capítulo” na instável convivência com o Legislativo e pedir que os partidos que integram a coalizão voltem a votar com o Executivo. O plano esbarra em duas dificuldades: a presidente ainda não se recuperou do tombo de popularidade na esteira dos protestos de junho e a economia brasileira, com os cofres públicos minguados, limita o poder de barganha oficial. Na reunião com líderes, a presidente terá à sua frente representantes da base mais infiel a um presidente da República desde 1989, conforme mostrou a Folha ontem. Em julho, ao avaliarem a rebelião no Congresso, auxiliares de Dilma fizeram nos bastidores um diagnóstico jamais admitido publicamente: o Planalto perdera suas condições de governabilidade na Câmara, casa mais hostil a ela do que o Senado. Partidos, o seu PT incluído, empresários, setor financeiro e até mesmo funcionários do Executivo passaram a elevar o tom das críticas e, no caso do Congresso, a cobrar caro pelo apoio. (Da Folha de S.Paulo – Natuza Nery) |