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Dilma se irrita (e se enrola) ao explicar relação do Planalto com farsa da CPI

A presidente Dilma
Rousseff ficou extremamente irritada nesta quarta-feira ao ser questionada
sobre a participação do Planalto na farsa montada por governistas e pelo PT
para impedir investigações na CPI da Petrobras no Senado – revelada por VEJA
nesta semana. Ao deixar a sabatina promovida pela Confederação da Agricultura e
Pecuária do Brasil (CNA), em Brasília, a petista negou-se a esclarecer a
ligação de servidores do Planalto com o caso: nesta quarta, o jornal Folha de
S. Paulo informou que Luiz Azevedo, secretário-executivo das Relações
Institucionais, ajudou a elaborar o plano de trabalho apresentado pela comissão
em maio. Já Paulo Argenta, outro assessor da pasta, foi um dos responsáveis
pela preparação das questões antecipadas aos depoentes, como mostra vídeo
obtido por VEJA. Dilma também não explicou porque servidores do governo e da
liderança governista no Senado participaram da formulação de um gabarito para
depoentes. E foi além: ignorando o fato de que a elaboração das perguntas
feitas em uma CPI seja tarefa exclusiva dos integrantes da comissão e do
relator dos trabalhos, Dilma afirmou ser “estarrecedor o fato de que seja
necessário alguém de fora da Petrobras formular perguntas para ela”. 
Em um raciocínio
confuso, a presidente-candidata disse que o setor de petróleo seria complexo
demais para que pessoas de fora da área questionassem a Petrobras a respeito –
e ainda ensaiou a tese de que apenas técnicos especializados em combustíveis
teriam condições de elaborar perguntas à estatal. “Vou te falar uma coisa. Acho
extraordinário. Primeiro porque o Palácio do Planalto não é expert em petróleo
e gás. O expert em petróleo e gás é a Petrobras. Eu queria saber se você pode
me informar quem elabora perguntas sobre petróleo e gás para a oposição também.
Muito obrigada. Não é o Palácio do Planalto nem nenhuma sede de nenhum partido.
Quem sabe das perguntas sobre petróleo e gás só tem um lugar. Pergunta só tem
um lugar no Brasil. Eu diria vários lugares no Brasil: a Petrobras e todas as
empresas de petróleo e gás”, disse, sem disfarçar o nervosismo – que tornou a
fala da presidente ainda mais difícil de ser compreendida.
Allyne Ribeiro
Allyne Ribeirohttps://araripinaemfoco.com
Diretora de Edição e Redação de Jornalismo
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