InícioDestaqueDoria é carta fora do baralho até dezembro, diz Ciro

Doria é carta fora do baralho até dezembro, diz Ciro

“Os bancos obrigaram o PT a beijar a cruz. Eu não vou beijar. Se não der, vou ficar assistindo de fora.” Ciro Gomes, pré-candidato do PDT à Presidência em 2018, assim traçou a diferença de seu pensamento econômico com o dos governos Lula, de quem foi ministro da Integração Nacional (2003 a 2006) e Dilma.

Ela falava, na segunda (16), a estudantes da Faculdade de Economia e Administração da USP sobre seu “antagonismo com o rentismo” e sobre a disposição em trazer os “juros para um padrão menor”.

Ex-governador do Ceará e ex-ministro da Fazenda de Itamar Franco, Ciro defendeu, além da diminuição dos juros, “um ciclo de reindustrialização forçada”. Sua agenda, diz, “converge iniciativa privada e Estado saneado”, oferecendo crédito e renúncia fiscal a setores que considera estratégicos: agronegócio, saúde, defesa e indústria de óleo e gás.

“Temos que introduzir no debate um modelo tributário não com a ilusão de que temos carga tributária grande demais –e até temos, mas ela é gravemente regressiva”, afirmou Ciro. Para ele, é necessário discutir a tributação sobre heranças e doações. “Sobre o povo mais pobre, ela [carga tributária] chega a 42% [da renda]. Sobre os ricos, não passa de 12%.”

Essas ideias ainda integrarão seu programa de governo, a ser discutido com futuros aliados: “Quando eu for entrar numa aliança, os partidos consultados vão dizer se isso não é oportuno”.

Estarão, porém, em um novo livro sobre política econômica que o pré-candidato pretende lançar até 2018. Até lá, tem participado de palestras em universidades e a investidores ou organizações financeiras —de quem, diz, cobra R$ 20 mil, mais passagens e hospedagens, pela presença.

Nesse meio tempo, Carlos Lupi, presidente nacional do PDT, costura os palanques regionais, com 11 candidaturas majoritárias (a senado ou governo estadual) definidas.

Sem Lula, Ciro tem 10% das intenções de voto para presidente, segundo a última pesquisa Datafolha. É o mesmo patamar de Geraldo Alckmin e João Doria, ambos do PSDB. Com o petista, fica com 4% da preferência – o ex-presidente lidera, com 35%.

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