abrir o processo de impeachment e articular a desidratação da candidatura
governista para a liderança do PMDB, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), mantém sob sigilo seus planos para o governo em 2016. Mas um item de
sua ofensiva contra o Palácio do Planalto já está definido. Cunha vai criar a
CPI do Carf.
inquérito será criada para investigar denúncias de fraudes contra a Receita
Federal de bancos e grandes empresas, mediante supostos pagamentos de propinas
para manipular os resultados dos julgamentos pelo Conselho Administrativo de
Recursos Fiscais de casos de sonegação fiscal
criação da CPI, João Carlos Bacelar (PR-BA), ficará com um dos postos de
comando da comissão – a presidência ou a relatoria. O outro cargo ainda será
negociado em fevereiro, quando terminar o recesso parlamentar. O deputado tem
uma preferência. “Acho que a relatoria é um trabalho mais técnico e estudei o
tema, me aprofundei”, afirmou.
Supremo Tribunal Federal (STF) sob acusação de corrupção.
segundo Bacelar, é o sistema financeiro e o setor automotivo. Ele disse querer
convocar executivos de bancos e montadoras para prestar depoimento à comissão.
O envolvimento de políticos, no entanto, deve ficar de fora do alvo da CPI.
“Temos que ir primeiro em cima dos bancos, que deram origem a essa confusão
toda. Depois, sistema automotivo. Acho que não temos que polemizar a política,
de Lula, de Dilma”, disse o autor do requerimento.
revelou suspeitas de compra de Medidas Provisórias (MPs) e pagamento de propina
a integrantes do Carf. De acordo com investigações da Operação Zelotes, MPs
teriam sido editadas durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva para
favorecer montadoras de veículos.
revelada apenas meses depois da apresentação do requerimento, o tema deve ficar
de fora dos trabalhos da comissão, assim como ocorreu na CPI do Carf realizada
no ano passado no Senado.
Senado terminou em dezembro de 2015 recomendando o indiciamento de 28 pessoas,
a maioria ex-conselheiros do Carf, lobistas e servidores públicos. Da base
aliada ao governo, a relatora Vanessa Grazziotin (PC do B-AM) não pediu o indiciamento
de nenhum político nem de suspeitos de participar da “compra” de medidas
provisórias em 2009 e 2010 para favorecer o setor automotivo, entre eles o
ex-ministro Gilberto Carvalho e Luís Cláudio Lula da Silva, filho do
ex-presidente Lula.
Senado, Ataídes Oliveira (PSDB-TO), pediu ao senador Randolfe Rodrigues
(Rede-AP), suplente do colegiado, que apresentasse um relatório paralelo
pedindo o indiciamento de pessoas envolvidas na compra das MPs. O voto em
separado não chegou a ser analisado pelos senadores.