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Eduardo da Fonte entrega sua defesa ao STF

A defesa do deputado
federal Eduardo da Fonte (PP) deve entregar nesta semana, ao Supremo Tribunal
Federal (STF), documentos que, de acordo com ele, justificam o recebimento de
dois cheques no valor total de R$ 46,6 mil oriundos do Posto da Torre, em
Brasília, pertencente a Carlos Habbib Chater, estopim da Operação Lava-Jato. O
Diario teve acesso aos papéis. Eles tratam da compra à ADPL Motors (Tayô
Motors), empresa da qual Eduardo da Fonte é sócio no Recife, de dois veículos
novos (modelo Pajero Dakar) pela Prime Refeições e Lanches LTDA, bem como do
repasse do montante como forma de entrada. Esses cheques teriam motivado os
mandados de apreensão, do qual o parlamentar foi alvo há duas semanas dentro da
Operação Politeia, desmembramento da Lava-Jato.
“Essas duas vendas
realmente aconteceram e tudo está comprovado. Não recebemos o cheque
(diretamente), nem intermediamos o processo. Eles depositaram e nos entregaram
o comprovante. Apenas vendemos o carro”, disse Eduardo da Fonte, afirmando não
ter entrado em contato com os clientes em questão. “Depois que cumpriram o
mandado, pedi aos funcionários para levantarem a origem do cheque que motivou
isso e vimos que era um grande mal-entendido”, completou. Cópias foram
remetidas à Polícia Federal. A Prime Refeições, que de acordo com a Junta
Comercial de Pernambuco aparece atualmente como extinta, pertencia a Cristiane
Camuzi Couto, que assinou os papéis da compra.
Procurada, Cristiane
Camuzi declarou que o marido, Ivo Queiroz Costa Júnior, seria o responsável
pela transação e ela apenas assinou os papéis. Queiroz afirmou que comprou o
carro para um “amigo cliente”, que mora em Brasília, porque na ADPL Motors
havia pronta-entrega. “Eu vendo carros para fora porque lá é mais caro. Comprei
para um amigo. Um amigo cliente. Comprei no nome da Prime e o carro foi
repassado para ele. Isso em 2011. Até porque, algumas marcas quando se compra
têm que morar no local na compra e ele não tinha residência aqui”, disse. O
amigo citado por Queiroz seria o comerciante Carlos Alexandre Souza. Ivo
Queiroz se recusou a passar o telefone dele.

No mesmo CNPJ que
pertenceria à Prime Refeições consta a Egm Autos. Ivo Queiroz negou conhecer
essa empresa. “A Prime tinha uma loja no Plaza. Repassei a Prime Refeições. Ela
não existe mais. Não sei o que foi dela”. Na explicação dele, a Prime era uma
franquia da rede Buongustaio, da qual Queiroz é gerente atualmente. No nome da
esposa, por outro lado, constam hoje duas empresas ativas, sendo duas com nome
Buongustaio. Cristiane Camuzi confirmou que era proprietária das unidades. Em
nome de Queiroz, por outro lado, constam ativas duas empresas de blindagem de
veículos. 
o Diario de Pernambuco – Júlia Schiaffarino e Sávio Gabriel
Allyne Ribeiro
Allyne Ribeirohttps://araripinaemfoco.com
Diretora de Edição e Redação de Jornalismo
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