A eleição estadual do próximo ano poderá ter reflexo na base aliada do prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB). Com uma frente de aproximadamente 31 vereadores, o arco de sustentação poderá ser reduzido. Tudo, no entanto, dependerá da consolidação das candidaturas do bloco de oposição que vem sendo desenhado com PTB, DEM, PSDB, PRTB e PV e o trato do gestor recifense com os seus aliados.
A leitura nas coxias da Câmara é que a confirmação das postulações certamente levarão partidos da base do prefeito – que será o principal cabo eleitoral do governador Paulo Câmara (PSB) – a aderirem a oposição no plano estadual. No leque das legendas que podem migrar estão o PSC e o PRTB. Só os dois juntos representam seis parlamentares. O caminho do PSC ainda segue indefinido dada às movimentações dos irmãos Ferreira que cobiçam o Senado e vem flertando com todos os campos.
O PRTB já está na oposição no plano estadual. Mas a mudança, dizem governistas municipais, não significará o ingresso automático na oposição ao gestor municipal. Nos bastidores, vereadores condicionam a manutenção do apoio ao tratamento que a gestão dará caso os aliados sigam para oposição a Paulo. Há grita de que casos de perseguição já vêm ocorrendo com o secretariado.
“Da minha parte eu não tenho nenhuma pretensão de misturar 2018 com 2020. Eu estou na base de Geraldo”, alertou o primeiro-secretário da Câmara, Marco Aurélio (PRTB), que é aliado do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB). Marco, inclusive, disputará uma vaga na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) com apoio dos Coelhos.
Na visão do vice-presidente da Casa Legislativa e aliado do prefeito, Carlos Gueiros (PSB), é muito provável que com o lançamento das candidaturas de oposição, a base de Geraldo sofra baixa. Ele ressalta que será muita incoerência o partido está fazendo oposição na Câmara ao projeto de reeleição de Paulo Câmara estando com Geraldo.
“Eu acredito que quando saírem os candidatos deve ter reflexo na base”, alertou. Levando em consideração que o PMDB poderá ir para as mãos de FBC, dois assentos do partido na Casa José Mariano também será outra interrogação. Já o PPS possui uma atuação independente na Câmara de Vereadores. No entanto, os pós-comunistas devem bater o martelo para a aliança com Paulo Câmara.