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Fabíola Paiva relembra momentos da sua carreira em entrevista especial ao Diário do Forró

Ela projetou o seu nome no cenário musical forrozeiro através da Banda Moleca 100 Vergonha, emplacou inúmeros sucessos e mesmo ausente dos palcos ainda hoje é lembrada pelos fãs.
Estamos falando da cantora Fabíola Paiva, que recebeu a equipe do Diário do Forró para uma entrevista mais que especial, na ocasião a talentosa artista relembrou um pouco da sua trajetória dentro do forró, conversão ao evangelho e até mesmo um possível retorno mediante um bom convite, acompanhe:
D.F – 01. Fabíola, você construiu uma linda história dentro do forró estilizado, com passagens por diversas bandas de sucesso, sendo responsável por imortalizar inúmeras canções, como começou isso tudo? como foi o seu ingresso no mundo musical?
Fabíola: Certa vez, estava na escola, me recordo que na hora do recreio um amigo sempre tocava violão e naquele dia aquela turminha cantava em volta dele, com o tempo, só ficou minha voz, cantávamos uma música da Marisa Monte, daí ele olhou pra mim, e falou “Você é uma cantora sabia”? eu falei: “Não, não sou não, que é isso”?? (risos), então eu descobri ali que podia cantar profissionalmente, claro que eu não acreditei de cara, achei que ele queria me agradar né? (risos) …. então durante os próximos meses, ele insistiu para que eu fosse fazer um teste na banda de bairro que ele tocava, até que um dia fui e me apaixonei pela arte.
Meu primeiro teste cantei: “Ao dançar contigo esta canção, coração dispara bate emoção, sentir seu corpo juntinho a mim, quero que essa noite não tenha fim”…( Coragem pra falar – Forró Rabo de Saia), um ano e meio depois, o Silvestre Costa (na época, baterista da SomZoom, me viu cantando em Recife e foi a ponte para que eu fosse parar algum tempo depois na maior empresa de forró daquele tempo, a SomZoom Stúdio, fui morar em Fortaleza e assim tudo começou!!!! (risos)
D.F – 02. Na Cachorra da Molesta, você emplacou alguns sucessos dentre eles a canção “Chega de Sofrer” do Luiz Fidélis, como foi a sua fase nesta banda?
Fabíola: Estava deixando de ser menina e me tornando uma mulher, mudando a voz ainda… descobrindo como utilizar meu grave… (risos), foi uma das melhores fases, cheia de sonhos e expectativas, apaixonada pelo que fazia…Trabalhar com o Fidélis foi uma verdadeira escola, de repente eu estava ali, dividindo o palco e sendo cuidada pelo maior compositor do momento e sua família, criador de todas aquelas músicas que eu ouvia no rádio, nas transmissões ao vivo, eu agora era uma profissional, e muito do que aprendi foi através da generosidade dele, da equipe da SomZoom, do Emanuel Gurgel, o Ferreira Filho, a Kátia Cilene (Minha irmãzona), Bete Nascimento, Deus colocou pessoas maravilhosas no meu caminho…
Volte no tempo e recorde agora, o primeiro sucesso interpretado por Fabíola, “Chega de Sofrer” através da Banda Cachorra da Molesta:

                     
                             

D.F – 03. Já na Moleca 100 Vergonha você teve o seu nome projetado no cenário musical forrozeiro, conte-nos como foi a sua experiência na “Caceteira do Forró”.
Fabíola: A moleca é algo tão íntimo, tão forte e inesquecível, sempre que me perguntam algo sobre esse tempo respondo com muita gratidão a Deus, pelo presente de ter gravado tantas músicas lindas, que se tornaram tão minhas, tão nossas não é meu povo??(risos), Até o que vivo hoje, depois de Deus, devo ao espaço que Neto e Augusto me deram, me deixaram a vontade pra fazer o que eu nem sabia que sabia…(risos).
Quando comecei a cantar me sentia inferior, porque todas as cantoras de forró tinham a voz aguda, eu nunca conseguia cantar nos tons delas, a minha era grave, bem grave…(risos), Na Moleca, me encontrei!!!! Cantava no meus tons, interpretava do meu jeito, me soltei!!!!rs Sem dúvida Fabíola Paiva, nasceu ali.
Hoje, olhando pra trás, posso dizer amo tudo que gravei, mas, o que gravei na Moleca, bateu e ficou pra sempre: “Difícil”, “Só um dia”, “Refaça meu coração”,”Não sou feliz mais”, “Não dá mais”… foram tantos presentes!!!! Obrigada meu Deus!!! Falar de amor também é um dom que vem de Deus…
D.F – 04. Quais foram as canções e os momentos mais marcantes na sua passagem pela banda, o que você atribui o sucesso do grupo naquele período?
Fabíola: Bom, das músicas já falei, eu atribuo o sucesso da Moleca na época ao desejo que todos nós tínhamos de falar de amor, a gente amava o que fazia, antes de tudo, de dinheiro… todos tínhamos o mesmo objetivo, vestíamos a camisa mesmo, nunca quisemos ser melhor que ninguém, apenas diferente, funcionou… (risos)
Relembre conosco o sucesso, “Difícil”, presente no primeiro DVD oficial da Moleca 100 Vergonha, gravado em São Luiz-MA

                       

D.F – 05. No auge do seu sucesso na Moleca você se desligou da banda, pegando todos os fãs de surpresa, relate como foi este momento em sua vida pessoal e profissional.
Fabíola: Eu tinha me convertido há algum tempo, sempre viajava ouvindo os louvores e isso alimentava a minha fé, o meu desejo de ficar mais perto de Deus…Passava por um momento de depressão, a agenda lotada, nunca tinha tempo pra minha vida pessoal, a vida artística desperta muitos sentimentos bons, mas, muitos sentimentos ruins também nas pessoas, inveja, o desejo que você vá mal, enfim, há 2 anos eu pensava e conversava com Neto que queria sair, queria dar um tempo, esperava sempre o melhor momento, porém, a cada CD, mais sucesso, menos tempo em casa… Lembro que já passei mais de 2 meses sem pisar em casa, em turnês, voltava pra casa, ficava dois, três dias e mais um mês fora, a depressão foi aumentando, eu já arrumava a mala chorando, fui me isolando, mas, no palco, me transformava, o amor do público, as canções que gravei, pensava: “Como vou viver sem isso?” Pense num conflito!!! Me acalmava, procurava a igreja evangélica mais próxima do hotel, sempre para ouvir a palavra de Deus, depois me arrumava ia pro palco, era um conflito muito grande mesmo…..
D.F – 06. O que você acha dos artistas forrozeiros que se convertem ao evangelho e logo em seguida abominam o forró, desdenhando do estilo musical que por anos foi o seu ganha pão?
Fabíola: Eu penso que cada um tem a sua história, eu respeito a dos outros e nunca critiquei ninguém, por exemplo, por ter se convertido e continuar na banda… Até porque sempre soube que o caráter independe da religião da pessoa, eu precisava disso, mas, reconheço que “Um discípulo de Cristo é conhecido pelo amor”, conheço muitos colegas que estão em banda e conseguem fazer a diferença onde estão!!!!!
D.F – 07. Recentemente você fez uma participação especial no primeiro CD promocional das Styllozas, dividindo com Daniella Campelo, um dos seus maiores sucessos, “Chega de sofrer”, bateu saudade?
Fabíola: A Daniela é minha comadre e me deixou numa situação que eu não podia negar a participação, ela é fogo!!!!! (risos), mas, foi um prazer sim e eu desejo muito sucesso pra ela e pra Rozângela… Foi uma surpresa a reação das pessoas, o amor, o carinho, os comentários!!!! Claro que bateu saudades, mas, a vida artística não é feita só do palco, tem as viagens, estradas…(risos)… Muito a se pensar!!!!
Ouça agora Fabíola Paiva e Daniella Campelo interpretando o sucesso “Chega de sofrer” através do projeto musical As Styllozas:

                      

D.F – 08. Você é uma das cantoras mais queridas, surgidas no movimento forrozeiro mesmo depois de tantos anos ausentes dos palcos nunca foi esquecida pelo público, voltaria a cantar forró novamente se surgisse um grande convite?
Fabíola: Só se essa boa proposta viesse acompanhada de um tratamento muito bom nas viagens, porque o músico sofre muito na estrada… se eu fosse pensar só na realização do palco, já tinha voltado, se me quisessem, é claro…(risos) sem brincadeira, eu não quero perder a paz e equilíbrio que conquistei durante esse tempo, queria muito uma proposta para somar ao que Deus tem feito na minha vida, mas, está nas mãos de Deus!!!!
D.F – 09. Quais os pontos positivos e negativos que você analisa comparando o “Forró das Antigas” com o forró atual?
Fabíola: Tudo é uma questão de estilo e gosto de cada um, percebo uma diferença muito grande para o “Forró das Antigas” onde o centro era o romantismo, as grandes estruturas, os mega-shows, as aberturas e coreografias a exemplo dos shows montados daquela época… Limão com mel, Magníficos, Circuito Musical, a própria Moleca… um show pra assistir, ouvir e dançar… tem gente que prefere só dançar e eu respeito, mas, amo jazz e coreografias de qualidade!!! rs … arte!!!!!
D.F – 10. Fabíola Paiva, o Diário do Forró agradece a sua disponibilidade em nos receber para essa entrevista, gostaríamos que você deixasse uma mensagem final para os seus fãs e admiradores que tanto prestigiam o seu trabalho.
Fabíola: Eu é que agradeço o carinho, em palavras e atitudes que me chegam dos quatro cantos… que Deus abençoe vocês, se for a vontade de Deus a gente ainda se encontra nos palcos da vida… sejam felizes, vivam em paz com vocês mesmos e com o seu próximo… Um dos meus maiores erros foi não priorizar a Deus, sua palavra, eu não o conhecia, o equilíbrio faz toda diferença e te dá segurança.
Hoje, se eu voltasse a cantar gostaria de que a música tivesse o lugar dela e não o de Deus… Deus me curou, transformou a minha vida e outras vidas através de mim também, eu só quero levar o bem pra onde Deus me levar!!!!! O amor de vocês é parte desse presente que é viver a nova vida que ele me deu…
Diário do Forró
Allyne Ribeiro
Allyne Ribeirohttps://araripinaemfoco.com
Diretora de Edição e Redação de Jornalismo
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