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Feira Agroecológica de Araripina recebe certificação orgânica

Neste mês de dezembro,
agricultores/as familiares que comercializam produtos na Feira Agroecológica de
Araripina deram um importante passo em direção ao reconhecimento e a
legitimação da atividade e valorização da produção.

Isso porque o Ministério
de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) acaba de conceder as oito
famílias agricultoras da Feira Agroecológica de Araripina, a Declaração de
Cadastro de Produtor Vinculado à OCS, um certificado que comprova aos
consumidores a condição de produtor orgânico. A medida identifica as unidades
de produção orgânica, garantindo que os direitos dos consumidores e produtores
sejam respeitados.
A declaração é determinada
por lei, através do MAPA, que exige o cadastro da Organização de Controle Social
(OCS), categoria na qual está inserida a Feira Agroecológica de Araripina. A
OCS pode ser formada por um grupo, associação ou cooperativa de agricultores/as
familiares que pretende fortalecer a relação de organização, estabelecendo o
compromisso e conquistando a credibilidade da população, o que vem, no caso da
feira, a ser comprovado com a Declaração de Cadastro.
O engenheiro agrônomo e
técnico de campo da ONG Chapada, Tales Matos, explica que a conquista é fruto
de dez anos de trabalho, e a principal mudança é que os/as agricultores/as
feirantes terão respaldo para assegurar a qualidade orgânica de seus produtos.
“A Feira Agroecológica de Araripina completou dez anos na cidade e apesar de já
ter fidelizado um universo significativo de consumidores, o certificado é
importante não só aos olhos da lei, mas também por ter a liberdade assegurada
na comercialização da produção, que comprova o caráter orgânico e agroecológico
dos produtos”, resume.
Tales ainda diz que nada
muda em relação ao modo de produção das famílias agricultoras, pois ao longo de
10 anos, as práticas desenvolvidas nas propriedades se baseiam apenas no uso de
defensivos naturais nas plantações, com um olhar voltado para preservação
ambiental. “Durante a assessoria técnica, é possível trocar experiências e
ampliar o conhecimento do técnico e do/a agricultor e a consolidação desse
processo é o resultado que nós vemos hoje”, complementa.
Para o agricultor Nilson
Dias, do Sítio Samambaia, a declaração traz mais segurança tanto para quem compra,
como para quem vende. “Para nós este documento é como se fosse um troféu, uma
grande conquista pela qual estamos trabalhando há muito tempo. É uma vitória
alcançar este reconhecimento” afirma.
O agricultor Heleno
Nascimento é um dos fundadores da feira agroecológica e relembra que a
comercialização dos produtos agroecológicos melhorou as condições, já que mais
da metade da renda familiar vem da feira. Além dele, outras sete famílias
comercializam a produção no Centro Hortifrutigranjeiro de Araripina, espaço
onde está localizada a feira agroecológica do município.

Para o grupo de feirantes,
o próximo passo é identificar outras famílias agricultoras com potencial para
comercializar o excedente agroecológico da produção. A ideia é ampliar a feira,
fortalecer a agricultura familiar local e alcançar um número maior de
consumidores/as.  
Allyne Ribeiro
Allyne Ribeirohttps://araripinaemfoco.com
Diretora de Edição e Redação de Jornalismo
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