adotado para a cobertura da Copa do Mundo no Brasil, o jornal Folha de S.
Paulo, repleto de estatísticas, conseguiu um feito e tanto: errou 100%. No dia
12 de junho, quando o Mundial começou em São Paulo, a manchete do diário de
maior circulação do País dizia: Copa começa hoje com seleção em alta e
organização em xeque. O que se viu, a partir dali, foi exatamente o contrário
da previsão embutida na chamada principal. Quem estava mesmo sob suspeita era o
time convocado e escalado pelo técnico Felipão, apesar dos elogios em cascata
dos colunistas da própria Folha.
noticiário de assuntos nacionais, em complemento, não ocorreu o colapso de
infraestrutura projetado pela publicação. O quadro de manifestações marcadas
pelo vandalismo foi ultrapassado pelo fatos ainda mais forte criados pela
esmagadora maioria da população: festas, confraternizações, imensas reuniões
pacíficas. A franca hospitalidade popular com os estrangeiros, traço que
parecia riscado, a julgar pela escalação dos fatos na régua editorial da Folha,
foi o que mais se viu. Não havia o xeque armado pelo jornal, em articulação com
outros representantes da mídia familiar.
após a humilhante goleada sofrida contra a Alemanha, a Seleção de Felipão, até
então tratada com todo o zelo possível pelo jornal, foi, como não poderia ser diferente,
desconstruídas em todo o noticiário esportivo. Mas até a véspera, a Folha era
mais um veículo a praticar o ufanismo de sempre no noticiário esportivo,
combinado com a má vontade frente aos assuntos considerados ‘mais sérios’. (brasil 247)