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Fósseis do Cariri ganham exposição imersiva que recria Chapada de Araripe há 100 milhões de anos

Uma exposição imersiva que busca aproximar a população da riqueza histórica do Cariri foi aberta no Museu da Imagem e do Som do Ceará (MIS-CE) na última semana. Em cartaz até o mês de maio, a mostra “Fósseis do Cariri” recria paisagens do período Cretáceo e conta a história de animais que habitaram a região cearense há milhões de anos, como dinossauros, pterossauros, peixes e outros.

A mostra,  produzida pelo Laboratório de Visualizações Interativas e Simulações (Labvis-UFC), em parceria com a Lunart Estúdio de Animação, é composta por uma obra imersiva em formato de animação e um conjunto de entrevistas com pesquisadores cearenses, além de ações de realidade aumentada, sendo opção de lazer e aprendizado para toda a família.

A atração, um vídeo feito a partir de ilustrações e animações 2D e 3D, tem duração de 15 minutos e recria o ecossistema da Chapada do Araripe – que integra o ranking de dez regiões mais importantes do mundo para a paleontologia –  há 100 milhões de anos.

As imagens que compõem a obra imersiva reproduzem cinco dinossauros, nove pterossauros, dois crocodilomorfos, duas tartarugas, 16 peixes e mais de 15 espécies de plantas milenares. A apresentação, aliás, é uma forma diferente de apresentar os fósseis, que foram recriados a partir de tecnologia audiovisual de ponta. Portanto, não há fósseis nem réplicas no local, apenas imagens em vídeo e realidade aumentada.

“A ideia é produzir para esse espaço [a sala imersiva do MIS] e complementar com ações adicionais. A gente tem, por exemplo, uma ação de realidade aumentada em que a pessoa aponta o celular para o QR Code e aparece um animal”, explica Adriano Oliveira, professor do curso de Sistemas e Mídias Digitais da Universidade Federal do Ceará (UFC) e diretor geral da exposição.

A produção das ilustrações e vídeos que compõem a exposição foi feita majoritariamente por cearenses, entre paleoartistas experientes, pesquisadores e estudantes da UFC.

Segundo o professor, o MIS ainda pretende realizar um conjunto de eventos “para tornar o público ciente desse tesouro” e para que, a partir do conhecimento, as pessoas se atentem à importância da preservação dos fósseis e do meio ambiente. Além disso, Adriano destaca que a mostra se diferencia por representar os animais com precisão.

“Esse espetáculo é todo baseado nas pesquisas mais recentes que a gente tem na área”, ressalta. “A proposta aqui é que seja divertido, mas também que seja preciso, porque essa outra questão fundamental: não se trata apenas de dizer que o Ceará tem fósseis, e sim que o Ceará tem pesquisadores, tem universidades, pesquisadores com fama internacional”, completa.

Entre os destaques da mostra imersiva está a apresentação do Ubirajara jubatus, fóssil originário do Cariri que permaneceu por quase 30 anos na Alemanha antes de ser repatriado e devolvido ao Ceará em 2023. A devolução do Ubirajara ao Estado exigiu muito trabalho e movimentou a comunidade científica e a sociedade civil, e já é considerada um marco na história da paleontologia brasileira.

Legenda: Reprodução do Ubirajara jubatus é parte especial da obra imersiva / Foto: Ismael Soares

Na esteira da atenção internacional que a recuperação do Ubirajara atraiu para a paleontologia cearense e brasileira, a gerente de Difusão e Ação Cultural do MIS-CE, Aline Albuquerque, destaca que a exposição busca entreter, mas também deixa um alerta importante.

“Tem algo de muito político, nesse sentido de a gente valorizar o que a gente tem”, destaca. “É muito político nesse sentido e no sentido ecológico, mesmo, de pensar em como complexificar esse pensamento sobre o Planeta, com a ciência, a tecnologia, e juntando tudo isso com a criatividade, com a arte, tornando esse saber mais acessível”, conclui. Na esteira da atenção internacional que a recuperação do Ubirajara atraiu para a paleontologia cearense e brasileira, a gerente de Difusão e Ação Cultural do MIS-CE, Aline Albuquerque, destaca que a exposição busca entreter, mas também deixa um alerta importante.

Nos dias de maior demanda, como na última quarta, os visitantes enfrentaram filas e puderam conferir apenas uma sessão da mostra, para que todos os interessados garantissem a experiência. No entanto, em dias mais tranquilos, é possível curtir a apresentação mais de uma vez – certamente uma boa pedida para entusiastas do assunto de todas as idades.

Serviço
Exposição imersiva “Fósseis do Cariri”
Quando: Até maio de 2025
Onde: Sala Imersiva do Museu da Imagem e do Som do Ceará – MIS (av. Barão de Studart, 410 – Meireles)
Visitação: Quarta e quinta-feira, das 10h às 18h, com acesso até 17h30; sexta-feira e sábado, das 13h às 18h30; e domingo, das 13h às 20h, com acesso até às 19h30
Mais informações no Instagram (@mis_ceara) e no site do MIS-CE

Fonte: Diário do Nordeste – Foto: Ismael Soares

Allyne Ribeiro
Allyne Ribeirohttps://araripinaemfoco.com
Diretora de Edição e Redação de Jornalismo
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