
Na semana passada, o ministro da Fazenda havia especulado sobre a possibilidade de liberar 20% dos carros da obrigatoriedade em 2014, a partir de reivindicação do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Este defendia que fossem 10% em 2014 e 10% em 2015, chegando aos 100% apenas em 2016. De acordo com os trabalhadores, cerca de 4.000 empregos estão ameaçados pelo fim da produção da Volkswagen Kombi. O sindicato afirmou que Volks e Fiat negociavam a mesma medida, mas separadamente. Ambas não comentaram.
A principal preocupação do governo, segundo Mantega, era a preservação do emprego. Barrar o eventual aumento de preços, de R$ 1.000 a R$ 1.500, em carros que passariam a ter os equipamentos era secundário.
Representantes da Anfavea (associação dos fabricantes) também estiveram em Brasília (DF) nesta terça e participaram de reunião com Mantega, os metalúrgicos e o titular da pasta da Indústria, Fernando Pimentel.
Depois do encontro, Mantega afirmou que houve compromisso de evitar demissões no setor automotivo em 2014. O ministro também disse que o IPI (imposto sobre industrializados) não terá mais desconto em 2014. O benefício se encerra no próximo dia 31, o que já pode provocar algum reajuste de preços no começo do próximo ano.
AUTOPEÇAS
Uma medida estudada pelo governo para diminuir o impacto econômico da obrigatoriedade de airbags e ABS é reduzir o imposto de importação para autopeças. “Estamos combinando rastreabilidade [identificação de conteúdo nacional obrigatório nos equipamentos] com eventual redução do imposto de importação de autopeças sem similar nacional, por tempo determinado”, disse Guido Mantega.
A possibilidade de redução do imposto foi uma demanda da indústria automotiva. O presidente da Anfavea, Luiz Moan, ligado à General Motors, participou da entrevista coletiva ao lado do ministro.
Os debates envolverão empresários e o Ministério da Indústria. A decisão final será anunciada na segunda-feira (23), mesma data em que é esperada a palavra final sobre o destino da Kombi.