A situação financeira da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), responsável pelos cursos de pós-graduação stricto sensu (mestrado, doutorado e pós-doutorado) do país, tem preocupado representantes de órgãos de pesquisa após significativos bloqueios orçamentários ordenados pelo governo Lula.
👉 Apenas em agosto, foram bloqueados R$ 86 milhões da entidade, que é uma das principais fomentadoras de pesquisa no Brasil.
📊 Contexto: No final do governo Bolsonaro, o órgão enfrentou uma crise depois de sucessivos congelamentos de recursos, que chegaram a prejudicar não só o pagamento das bolsas destinadas aos alunos como a manutenção administrativa da entidade. Ao assumir, Lula prometeu mais recursos para o setor e aumentou o valor das bolsas após dez anos sem reajuste.
Segundo Mercedes Bustamante, presidente da Capes, o órgão sofreu:
- um bloqueio de R$ 86 milhões no orçamento de agosto;
- um corte (ou seja, um bloqueio definitivo) de R$ 50 milhões neste ano;
- um provável déficit de R$ 200 milhões na verba prevista para 2024.
“O que me preocupa é que o contingenciamento pode ser o primeiro passo para algo mais crítico”, afirmou Bustamante, durante audiência organizada pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) na semana passada.
Até a última atualização desta reportagem, o Ministério da Educação (MEC), responsável pela execução orçamentária da Capes, não havia se pronunciado.