O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu a aprovação da reforma da Previdência, nesta quarta-feira (27/3), durante a Comissão de Assuntos Econômicos no Senado. Para o economista do governo Bolsonaro, “se ficarmos com a antiga [Previdência], vamos condenar filhos e netos”.
Durante a comissão, Guedes criticou o sistema previdenciário de repartição, que vigora atualmente. Pela regra, trabalhadores que entram no mercado contribuem para a Previdência de quem está se aposentando. “O nosso sistema está quebrando antes de a população envelhecer. Estamos no limite”, pontuou.
O ministro quer aprovar o modelo de capitalização, no qual cada pessoa será responsável por contribuir para sua própria aposentadoria. A proposta foi entregue ao Congresso Nacional e os parlamentares decidiram vetar trechos do texto apresentado.
Os deputados querem reformular pontos que prejudicam os mais pobres, como as mudanças no Benefício de Prestação Continuada (BPC) e na aposentadoria rural.
Durante a reunião desta quarta, um dia após desmarcar sua visita à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para debater a Previdência, em uma decisão que causou mal-estar no governo, Guedes também falou sobre a Lei Kandir, as dívidas dos estados e municípios e o pacto federativo.
O ministro avaliou o desequilíbrio dos estados e disse que, como todos estão com dificuldades, o problema não é de apenas uma gestão. Ele ainda afirmou que a falta da compensação da Lei Kandir, cobrada pelos governadores há anos é um sintoma desse cenário.
Além da reforma da Previdência, que ajudaria a liberar mais recursos aos estados para políticas públicas, Guedes voltou a defender o chamado “pacto federativo”, com distribuição maior de recursos para os integrantes da Federação.
“Nos estados, os gastos com pessoal cresceram ainda mais do que os gerais. E quando você mergulha nisso, as despesas com inativos cresceram mais ainda. Claramente, os estados e municípios estão sem capacidade de gestão e cercados por custos que eles não controlam, como inativos”, declarou o ministro da Economia.
Por Thayna Schuquel/Foto:Reprodução