InícioAraripina em FocoJ.Borges, artista e poeta pernambucano, morre aos 88 anos

J.Borges, artista e poeta pernambucano, morre aos 88 anos

Morreu, na manhã desta sexta-feira (26/7), o artista e poeta J.Borges, aos 88 anos. Ícone da xilogravura, ele morava em Bezerros, no Pernambuco. O velório de J. Borges está marcado para a tarde desta sexta-feira (26/7) no Centro de Artesanato de Pernambuco. O sepultamento será no sábado, no Cemitério Parque dos Eucaliptos.

Segundo o governo de Pernambuco, o artista nasceu no Sítio Piroca, zona rural de Bezerros, município do Agreste Central, no dia 20 de dezembro de 1935, e foi por meio das histórias contadas na hora de dormir pelo pai, o agricultor Joaquim Francisco Borges, que José Francisco Borges, o mestre J. Borges, entrou para a poesia de cordel.

Em 1964, estimulado pelo poeta e amigo Olegário Fernandes, o pernambucano escreveu o primeiro folheto, O Encontro de Dois Vaqueiros no Sertão de Petrolina, com capa ilustrada pelo mestre cordelista e xilogravurista José Soares da Silva, conhecido como Dila.

A xilogravura produzida por J.Borges ganhou projeção a partir dos anos 1970, quando os artistas plásticos José Maria de Souza e Ivan Marquetti encomendaram as primeiras gravuras em grande formato, tendo como temática o folclore nordestino.

Ao longo de mais de 50 anos de trajetória artística, J.Borges produziu 314 folhetos de cordel e um número incalculável de xilogravuras já expostas em diversos museus, como o Louvre, na França, o de Arte Popular do Novo México, em Santa Fé (EUA), o de Arte Moderna de Nova York e a biblioteca do Congresso norte-americano, em Washington.

“Em madeiras como a imburana e o louro canela, usadas no entalhe cuidadoso das matrizes que dão origem às gravuras, mestre J. Borges plasma, reinventa e dá nossos significados ao imaginário nordestino. Um universo em plena expansão e densamente povoado por figuras encantadas, seres alados, animais, anjos, demônios, o povo e sua resiliência, cangaceiros, vaqueiros, cantadores, entre outros tantos heróis populares talhados sob o sol do Sertão”, destaca o portal Artesanato de Pernambuco, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do estado.

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