O deputado federal por Pernambuco João Campos (PSB), que é filho do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (em memória) publicou uma nota nas suas redes sociais, onde se diz ser contra a flexibilização do posse de armas no Brasil.
Veja o texto:
Sou contra a flexibilização da posse de armas. Deixo aqui a reflexão:
É dever do Estado garantir a segurança pública, como diz a Constituição Federal de 1988 no seu artigo 144.
Quem é treinado para proteger as pessoas com armas de fogo é o policial.
Flexibilizar a posse de arma resolve o problema do Brasil? A pesquisa de dezembro de 2018 do Datafolha diz que para 61% dos brasileiros a liberação da posse de arma deve ser proibida, pois coloca em ameaça a vida de outras pessoas.
Quanto maior o número de armas circulando no país, maior a chance de haver o roubo dessas armas ou de elas serem mal utilizadas. Nosso combate deve ser pra reduzir o número de armas. E não pra aumentar.
O decreto é pra flexibilizar a posse de arma. E não para o porte de arma. Mas vamos ter o bom senso de analisar essa medida em efeitos práticos: será que um maior número de armas nas residências brasileiras também não aumentará de maneira ilegal o número de armas que circulam nas ruas do país? Como a fiscalização do governo impediria que o cidadão usasse a arma em outros espaços, além da sua casa?
O decreto assinado hoje flexibilizou em muito o acesso à posse de armas de fogo. Com ele, 76% dos brasileiros podem comprar armas, segundo levantamento feito pelo Estadão com base em dados do Governo Federal.
Os Estados Unidos, que têm a maioria dos seus estados com legislação permissiva ao uso de armas, apresenta a maior taxa de homicídios com armas de fogo do mundo desenvolvido.
Diferente dos EUA, Reino Unido, Austrália e Alemanha criaram leis que hoje limitam o acesso a armas de fogo.
Se o desafio é reduzir a violência, não é com arma que a gente reduz a violência.
A nossa luta deve ser para que o Governo Federal cumpra a sua parte, cuide das fronteiras, combata o tráfico de drogas, aumente o número de presídios federais, tenha uma forma de financiamento da segurança pública, faça um plano nacional de segurança efetivo e que não fique restrito apenas a ações midiáticas diante de grandes problemas.
Damião Sousa/AF Newss/Foto: Reprodução