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Maia deve assumir secretaria na gestão Dória, caso seja derrotado na eleição da Câmara

Estão avançadas as tratativas para que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), mude-se para São Paulo. Ele está nos últimos dias no cargo. Pode se tornar chefe da Casa Civil do governador de São Paulo, João Doria (PSDB).

Maia é o principal articulador da campanha de Baleia Rossi (MDB-SP) a presidente da Câmara. É provável, porém, que Baleia perca a disputa para Arthur Lira (PP-AL). Maia cogita se licenciar do mandato de deputado para assumir o posto no governo paulista. Ele já chegou a afirmar que não pretende se candidatar a deputado federal novamente.

A Casa Civil é uma das principais secretarias do governo paulista. Doria escolheu, para o início de seu mandato, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, para o cargo.

Kassab, porém, pediu licença antes de o governo começar depois de ter sido alvo de uma operação da Polícia Federal. Deixou o posto definitivamente em dezembro de 2020, depois de quase 2 anos licenciado.

Antonio Carlos Rizeque Malufe responde pela secretaria no momento. Trata-se de um nome de menor expressão política.

Há risco de mais da metade da bancada do partido de Rodrigo Maia, o DEM, apoiar Arthur Lira para presidente da Câmara, e não Baleia. Se isso acontecer, o ambiente no DEM ficará tóxico para o deputado do Rio de Janeiro. Nesse cenário, ele atuaria quase isolado como deputado em Brasília.

Uma das possibilidades de Maia e de seu grupo no DEM, com a eventual derrota para Arthur Lira, seria a entrada no PSL em 2022, levando essa legenda a apoiar a candidatura de João Doria a presidente. Mas parte do PSL dá sinais de estar em processo de reconversão ao bolsonarismo.

Jair Bolsonaro foi eleito pelo partido, que graças à popularidade do atual presidente da República também elegeu 52 deputados. Em 2019, Bolsonaro rachou com a cúpula da sigla e a deixou. Está sem partido até hoje. Ele apoia Lira na eleição da Câmara.

Ainda não é certo, mas a relação entre Jair Bolsonaro e o PSL pode ser reconstruída. O casamento por interesse (como foi no passado, na eleição de 2018) está sendo incentivado por vários políticos.

Há 3 semanas, o presidente nacional do PSL, Luciano Bivar (PE) era uma espécie de “talifã” (torcedor fanático) de Rodrigo Maia e de Baleia Rossi. Agora, mudou. Já aceita Arthur Lira e acha que há futuro no bolsonarismo.

Luciano Bivar decidiu aceitar algum cargo, qualquer um, entre os 7 dirigentes da Mesa Diretora da Câmara em troca de eliminar de uma vez os óbices dentro do PSL à candidatura de Arthur Lira para presidente da Casa.

Os 7 integrantes titulares da Mesa Diretora são responsáveis por decisões importantes. Fixaram, por exemplo, a data da eleição da Casa. Também podem nomear mais pessoas que deputados em gabinetes comuns. O presidente é escolhido na eleição, mas os outros 6 cargos titulares são divididos de acordo com o tamanho dos blocos.

Lira disse na manhã desta quarta-feira (27.jan.2021) que ainda não há definição sobre os cargos dentro de seu bloco. Essas decisões, segundo Lira, deverão ser tomadas na sexta-feira (29.jan.2021) ou no sábado (30.jan.2021).

A eleição para a presidência da Câmara será em 1º de fevereiro. Para vencer, é necessário ter ao menos 257 votos, se todos os 513 deputados votarem. Quem for eleito terá mandato de 2 anos.

Além de Lira e Baleia, outros 7 deputados se colocam na disputa. Têm, porém, poucas chances de obter votação expressiva. Eis os nomes:

  • Fábio Ramalho (MDB-MG);
  • Capitão Augusto (PL-SP);
  • André Janones (Avante-MG);
  • Marcel Van Hattem (Novo-RS);
  • Alexandre Frota (PSDB-SP);
  • Luiza Erundina (Psol-SP);
  • General Peternelli (PSL-SP).

Poder 360 / Imagem: Reprodução

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