InícioAraripina em FocoMaior campo de refugiados da Europa pega fogo em Lesbos, na Grécia

Maior campo de refugiados da Europa pega fogo em Lesbos, na Grécia

Um incêndio destruiu na manhã desta 4ª feira (9.set.2020) o acampamento de refugiados de Moria –o maior campo de imigrantes da Europa–, localizado em Lesbos, na Grécia.

Não há relatos de feridos, mas o vice-governador da ilha, Aris Hatzikomninos, disse à uma rádio local que o campo foi “completamente destruído

Segundo relatos, divulgados pela BBC News, o fogo pode ter começado por causa de 1 protesto promovido pelos refugiados contra as medidas adotadas para evitar a propagação do novo coronavírus. A informação não foi confirmada pelas autoridades.

O campo de Moria estava em lockdown depois de 35 pessoas terem sido diagnosticadas com covid-19. Ele foi construído para 2.000 pessoas, mas abriga 12.000 refugiados.

“Sejamos muito claros, não há dúvidas sobre a causa deste incêndio: é a orquestração de há anos de sofrimento humano e de violência produzidos pelas políticas de migrações da Europa e da Grécia que têm a responsabilidade”, disse Aurelie Ponthieu, coordenadora Médicos Sem Fronteiras.

Um porta-voz do governo disse que os relatos de incêndio criminoso estão sendo investigados e que o estado de emergência será declarado em toda a ilha de Lebos.

De acordo com a BBC, o primeiro-ministro da Grécia, Kyriakos Mitsotakis, convocou uma reunião de emergência e vários ministros estão indo para Lesbos avaliar a situação.

O chefe dos bombeiros, Konstantinos Theofilopoulos, disse à TV ERT que o fogo eclodiu em mais de 3 pontos. Segundo ele, os imigrantes que protestavam atrapalharam a ação dos bombeiros. Theofilopoulos informou que o incêndio principal foi contido, mas que ainda havia pequenos focos ativos.

O vice-presidente da Comissão Europeia, Margaritis Schinas, disse que entrou em contato com Mitsotakis e que a comissão está “pronta para ajudar a Grécia em todos os níveis durante estes tempos difíceis“.

A comissária de assuntos internos da União Europeia, Ylva Johansson, anunciou que o bloco vai financiar a transferência de 400 adolescentes e crianças desacompanhados. “A segurança e o abrigo de todas as pessoas em Moria são a prioridade“, disse no Twitter.

Grupos em defesa dos direitos humanos criticam frequentemente o local devido às más condições. A ilha de Lebos fica próxima à costa turca e, durante muitos anos, as pessoas que chegaram à ilha foram colocadas no local e não puderam sair até o seu pedido de asilo ser processado.

BBC News / Imagem: Reprodução

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