Mesmo com os avanços nas discussões sobre sexualidade nos últimos anos, o prazer feminino ainda é cercado por tabus, estigmas e desinformação. Especialistas afirmam que, apesar do maior acesso a conteúdos sobre o tema, muitas mulheres continuam enfrentando barreiras culturais que dificultam uma vivência plena da sexualidade.
Para a uroginecologista Lilian Fiorelli, do Hospital Israelita Albert Einstein, fatores históricos, culturais e a falta de conhecimento são responsáveis por uma percepção negativa do sexo entre muitas mulheres.
A psiquiatra e sexóloga Carmita Abdo, professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), destaca que a chegada da pílula anticoncepcional, na década de 1960, representou um marco importante nesse cenário. “Foi a partir dali que as mulheres começaram a se libertar da ideia de que o sexo deveria estar exclusivamente ligado à reprodução”, explica.
Apesar dos avanços, dados recentes indicam que metade das brasileiras não atingem o orgasmo durante as relações sexuais. Para especialistas, o autoconhecimento, o respeito aos próprios desejos e uma educação sexual mais inclusiva são fundamentais para transformar esse cenário.
Além de impactar positivamente a saúde emocional, o prazer sexual feminino também está relacionado a benefícios físicos e mentais. Segundo especialistas, o orgasmo pode ajudar no alívio da tensão, promover sensação de bem-estar e até melhorar funções cognitivas, como memória, concentração e raciocínio.
