InícioDestaqueMudança tímida no PSB na votação de denúncia contra Temer

Mudança tímida no PSB na votação de denúncia contra Temer

A saída de uma leva de dissidentes do Partido Socialista Brasileiro (PSB) foi vista pelos dirigentes como uma oportunidade para fazer um reposicionamento ideológico da sigla e conquistar novos quadros que queiram se descolar do Governo Temer. No entanto, ainda há uma ala na legenda que insiste em manter os laços com o Palácio do Planalto. Ontem, a expectativa era de que a votação da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB) fosse visto como o primeiro teste do novo direcionamento, mas o placar apontou poucas diferenças em relação ao da primeira acusação.

A legenda manteve os mesmos 22 votos contra o relatório favorável ao Executivo Federal. A diferença foram os votos favoráveis ao presidente Michel Temer (PMDB). Desta vez, foram apenas seis ante os 11 da votação passada. A diferença é equivalente ao número de parlamentares que pediram desfiliação da sigla desde a última terça-feira. Foram cinco baixas, Fernando Filho, Tereza Cristina, Danilo Forte, Fábio Garcia e Adilton Sachetti. Todos votaram pelo relatório que absolvia o chefe do Executivo. Além dos votos, o partido contabilizou duas ausências João Fernando Coutinho, que também não participou da primeira denúncia, e Luana Costa, que tinha votado a favor da investigação na denúncia passada.

Leia também:
Temer perde apoio, mas consegue barrar segunda denúncia na Câmara
Para Tadeu Alencar, PSB votará unido contra Temer

No começo da tarde, o deputado federal Tadeu Alencar (PSB) chegou a apostar que o partido votaria unido contra Temer. “Não vamos passar pelo constrangimento que passamos na apreciação da primeira denúncia, quando integrantes do PSB, em posição de representação, desafiaram desrespeitosamente a orientação partidária e a deliberação da instância máxima de seu Diretório Nacional”, avaliou.

A expectativa é que os nomes que ainda divergem da posição partidária deixem as hostes socialistas até o fim do prazo eleitoral, em março. Ainda restam nove processos de expulsão no Conselho de Ética do PSB, mas a mudança de posicionamento de parte dos parlamentares e a busca de uma saída negociada devem acalmar os ânimos. Muitos já estão com saída programada do PSB como Heracliton Fortes e Atíla Lira, dado como filiados certos do DEM.

A expectativa dos socialistas é que o reposicionamento ideológico traga novos quadros para a legenda. O partido conversa tanto com parlamentares da oposição como Alessandro Molon (Rede) quanto da base do governo que pretendem se descolar de Temer.

“O PSB está forte. A saída dessas pessoas, que estavam contrárias a linha que o partido, vai trazer muitas pessoas e muitos deputados que querem estar alinhados com a forma que o PSB pensa. A saída desses deputados vai também fazer um movimento de muitas pessoas que querem estar no partido. A tendência é de crescimento para o futuro. Até março, com essa janela, o partido tende a crescer”, avaliou Câmara, após ato administrativo. Blog da Folha

RELACIONADOS