![]() |
Aos 116 anos, Felício Santos diz não ter do que reclamar (Foto: Dennis Weber/ |
desejo de muitos brasileiros, mas chegar ao centenário e ultrapassá-lo é uma
oportunidade para poucos. É o caso de um morador de Chupinguaia, no Cone Sul de
Rondônia. Aos 116 anos, Felício Ferreira dos Santos diz estar feliz, mas declara:
“Na hora em que a morte vier, estou pronto”.
grande na cidade de Chupinguaia, pois muitos moradores querem saber qual o
mistério para viver tanto tempo e com saúde. O centenário
diz que alimentação saudável é o segredo. “Já comi carne assada no café da
manhã, mel e rapadura”, afirma.
![]() |
Aposentado recebe a visita constantes dos filhos e netos |
Creuza Ferreira dos Santos, de 52 anos, que já cuida do avô há três anos, ter
vivido longe do álcool ajudou o idoso chegar aos 116 anos. “Ele não foi
uma pessoa que bebeu muito. Ele fuma, mas não traga a fumaça, e a alimentação
dele é bem severa. Antigamente, ele comia carne assada no café da manhã, muita
rapadura e mel. Até hoje ele não gosta de pão ou biscoito”, declara.
tem banana cozida, mandioca, inhame, ovos cozidos, farinha, toucinho e farinha.
ter uma vida longa também não pode se envolver em confusão. “Amar a Deus sobre todas as coisas. Esse
negócio de andar batendo, não pode. A gente não sendo bravo, Jesus dá cada vez
mais dias”, aconselha.
morte ele diz: “Na hora em que
vier, estou pronto para receber o que Jesus quiser. Ele é quem sabe. Jesus é
quem sabe do amanhã”.
Felício só apresenta um problema de saúde: uma hérnia, que cresceu até a altura
da genitália, dificultando a mobilidade. Andar? Só no terreiro de casa, onde
Creuza cultiva os pés de mandioca.
antigo, como descreve a neta. “Eu era pequena e lembro que ele já tinha
essa hérnia. Ele era muito vaidoso e não procurou cuidar, se ele se operasse iria
ficar sem namorar, daí ele foi deixando. Também tem a história do padre que
disse que isso iria passar e com isso chegou nesta situação”.
íngua foi retirada da virilha do idoso há mais de 25 anos, e a atual não foi
removida devido à idade avançada.
centenárias
aconteceram em sua vida não é problema para Felício, mas às vezes a tristeza
bate. “Não posso falar muito, porque ao lembrar de muita coisa vem água no
olho. Mas ando muito satisfeito. Não me falta nada”, comenta.
viveu a infância e adolescência, ele se lembra das caçadas com um tio. “No
sábado, ele ia me buscar para ir no mato caçar, porque naquela época as coisas
eram muito difíceis, ele me trepava no pescoço, levava duas cuias e duas
cabaças. Eu tinha três anos de idade”, afirma.