InícioAraripina em FocoNove empresários do polo gesseiro de Pernambuco foram presos por sonegação

Nove empresários do polo gesseiro de Pernambuco foram presos por sonegação

Fotos Rafael Diniz 
A Polícia Civil de
Pernambuco deflagrou a Operação Pedra Branca na manhã desta quarta-feira (17),
para desarticular um esquema de sonegação fiscal que agia no polo gesseiro do
Araripe, no interior do Estado. Até o final da manhã, foram presos nove
empresários que utilizavam notas fiscais falsas para sonegar os impostos
relativos ao comércio do gesso. Nos últimos três meses, pelo menos R$ 100
milhões de impostos deixaram de ser arrecadados pela organização criminosa.
Batizada de Pedra Branca,
a operação pretendia cumprir 11 mandados de prisão e 26 mandados de busca e
apreensão em três cidades do Sertão pernambucano – Araripina, Ipubi e Trindade.
No final da manhã, nove pessoas haviam sido presas e todos os mandados de busca
e apreensão foram cumpridos. Os policiais continuam em diligência para
encontrar os outros dois suspeitos. Os mandados de prisão foram expedidos pela
Delegacia de Combate aos Crimes contra a Ordem Tributária (Deccot).
Segundo o diretor de
polícia especializada, Joselito Kerhle, foram presos os donos das empresas
acusadas de sonegação fiscal e os homens que cederam os dados para a criação desses
estabelecimentos, os chamados laranjas. “Com os dados pessoais de
laranjas, foram criadas empresas que deixavam de recolher tributos estaduais
através do lançamento de notas fiscais falsas”, explica o delegado. As
empresas atuavam na extração de gipsita das minas do polo gesseiro do Araripe e
vendiam o gesso produzido com o material em todo o Brasil com as notas fiscais
falsas.
Fotos Rafael Diniz 

Ainda segundo Kerhle, as
fábricas são registradas nos estados de Pernambuco e do Ceará, mas todos os
presos estavam em Pernambuco. A polícia ainda investiga o envolvimento de
menores na fraude. Parte dos documentos falsos também foi apreendida na
operação desta quarta-feira. Além das notas fiscais, os policiais encontraram
os documentos pessoais e os computadores utilizados pelos empresários para
falsificar as notas, ao revistar os escritórios das firmas investigadas.
Todos os presos prestaram
depoimento na Delegacia de Araripina e foram encaminhados à prisão da cidade do
interior pernambucano. Além da sonegação fiscal, eles vão responder por
falsidade ideológica e documental, corrupção de menores e formação de
quadrilha. O envolvimento de cada um dos presos e a possível participação dos
menores só será revelada na quinta-feira (18). Na ocasião, também será liberado
o balanço total da operação.

As investigações que
resultaram na prisão dos empresários começaram há três meses, em uma parceria
entre Delegacia de Combate aos Crimes contra a Ordem Tributária e a Secretaria
da Fazenda de Pernambuco. “O trabalho começou depois de percebermos que o
montante de gesso comercializado não batia com os impostos recolhidos, já que
grande parte estava sendo sonegado através de notas fiscais falsas”,
explicou o diretor de polícia especializada. As investigações foram comandadas
pelo delegado Francisco Rodrigues, da Deccot. A operação deflagrada nesta manhã
contou com a participação de 120 policiais civis, 50 auditores da Secretaria da
Fazenda e 12 policiais militares.
G1
Allyne Ribeiro
Allyne Ribeirohttps://araripinaemfoco.com
Diretora de Edição e Redação de Jornalismo
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