Alvo de cinco inquéritos, o senador Fernando Bezerra Coelho, agora filiado ao PMDB, não é réu em nenhum. E considera que, a ser mantida a situação atual, sua candidatura a governador faria o PSB ficar impedido de discutir ética. É que o governador Paulo Câmara (PSB) é alvo de investigação com ele, o prefeito Geraldo Julio e o deputado federal Tadeu Alencar no inquérito 4.292, no Supremo Tribunal Federal: o caso Arena Pernambuco. Sem falar nos casos envolvendo FBC e o falecido Eduardo Campos (PSB).
Nas eleições 2016, muita gente esperava ver, no Recife, troca de acusações de PT, PSDB e PSB sobre corrupção e Lava Jato. E nada aconteceu. Sim, 2018 pode repetir a guerra suja nas redes sociais. Mas a Lava Jato tende a não ir para a TV. De novo.
Agora, pegue tudo isso e deixe de molho. Para a elite política estadual, o verdadeiro candidato da família Coelho seria o filho, o ministro de Minas e Energia, Fernando Filho, formalmente no PSB, ainda. Claro, falta acertar com a oposição. Por isso o gesto de Bezerra Coelho ao senador Armando Monteiro (PTB) e ao ministro Bruno Araújo (PSDB), presentes ontem na sua filiação ao PMDB, dizendo que não há nomes postos. Mas há: o filho.
Não há dúvidas no meio político: o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, vai manter suspensa a expulsão de Fernando Filho do partido. Se o ministro se desfiliasse agora, poderia perder o mandato de deputado federal, que é do PSB. Ou ele sai expulso ou espera até março, pela janela partidária.
Judicialização
O PMDB de Pernambuco tem executiva eleita, não é comissão provisória. A dura nota de ontem sinaliza que o deputado federal Jarbas Vasconcelos e o presidente estadual do partido, Raul Henry, podem ir à Justiça.
O destino do PMDB coloca em questão seu tamanho no governo Paulo: a sigla tem quatro pastas. Secretário de Habitação, Kaio Maniçoba (PMDB) mantém tranquilidade. Ele é fiel ao governador e vê o PMDB mantido na base de Paulo Câmara.
PE Notícias