O prefeito e a versão para leigos

A versão do prefeito de
Araripina sobre a viagem dos filhos aos Estado Unidos não nos deixa
transparecer a devida importância e dimensão da atual posição política do mesmo,
que fora legitimada pela “vontade popular”.

Desviou o foco do
assunto e atacou aquele que é um dos seus correligionários e partidários,
demonstrando claramente que, além do “Caso Marília Arraes” vereadora
do Recife pelo PSB, que recentemente anunciou que irá retirar sua
pré-candidatura à Câmara Federal. Prima de Eduardo Campos, ela afirmou estar
“insatisfeita” com os processos internos de escolha de pré-candidatos
socialistas. Então podemos concluir que no Partido Socialista Brasileiro é cada
um por si. Desde que obedeça aos mandamentos de Campos.

Na realidade, a versão
serve apenas como maná para o deleite dos seus partidários que vivem a aplaudir
a gestão do Novo Tempo,

Entrar na vida pública
como bem ressaltou o excelentíssimo prefeito, pode tornar qualquer ato de
exposição uma visibilidade e virar manchetes nos principais meios de
comunicação, prevalecendo o que chamamos de prestação de contas ao povo do qual
é o comandante. Em minha opinião, foi o que não aconteceu. Ninguém evidente
pode criticar Vossa Excelência porque seus filhos viajam, curtem e se divertem,
mas esbanjar e postar em redes sociais sabendo que no processo eleitoral que se
aproxima tudo pode ser usado como arma de vingança, é no mínimo inocência
política.

Não adianta também sair
atirando nos seus oponentes, pois, eles erram, Vossa Excelência tem cometidos
erros também e que na verdade não procura corrigir. Um exemplo notório é o
descumprimento da Lei Municipal nº. 2.594/2011 – que recomenda que prédios,
veículos, e outros, sejam pintados com as cores da bandeira do município que
parece pertencer ao PSB, e mesmo assim os seus correligionários estranharam
quando outro órgão público, fora decorado com as cores de outro partido.
Servidores são perseguidos , e mesmo assim aos olhos de sua gestão nada de
estranho acontece. Será se Vossa Excelência não é sabedor desses fatos? Ou acha
que somos ingênuos?

Outra coisa: Quando
Vossa Excelência fala em se colocar à disposição de toda a imprensa
pernambucana para mostrar as mudanças e o progresso que está promovendo em
Araripina, é preciso fazer um mosaico também de tudo que não está sendo feito e
tudo que tem afligido e perturbado a população do município. As reclamações são
inúmeras e não adianta querer jogar a sujeita debaixo do tapete, primeiro
porque ela não cabe, e segundo porque o que de errado tem na cidade, já tornou
rotina e não adianta inventar um tempo que ainda não prosperou.

Com certeza, a
satisfação, os aplausos e a aprovação de que tudo está belo, maravilhoso, deve
apenas ser compartilhado com aqueles que são convidados a comer do bolo que a
maioria da população não terá esse prazer.

Governar de forma
arbitrária e centralizadora é menosprezar os outros porque não lhes são
favoráveis em suas ideias, aí sim, é minusculizar a política. E infelizmente é
o que vem acontecendo atualmente em Araripina. Somos vítimas daqueles que se
acham blindados e querem fazer a política com “p” minúsculo ao estilo
64/85.

“Política e
politicalha não se confundem, não se parecem, não se relacionam uma com a
outra. Antes se negam, se excluem, se repulsam mutuamente. A política é a arte
de gerir o Estado, segundo princípios definidos, regras morais, leis escritas,
ou tradições respeitáveis”.

Rui Barbosa

Fonte: Everaldo Paixão