O Recife do lixo nas ruas até em áreas centrais da cidade é também o Recife de pessoas em situação de rua. Gente amontoada nas calçadas de ruas famosas, como a Siqueira Campos e a Rua do Imperador, pertinho do Palácio da Justiça e da sede do Governo do Estado, o Palácio do Campo das Princesas, onde está encastelado Paulo Câmara (PSB).

Pessoas desassistidas na comunidade do Pilar, onde o esgoto corre a céu aberto, muito perto da Prefeitura do Recife, a mesma que o grupo político do prefeito Geraldo Julio e do candidato João Campos, ambos do PSB, não quer desocupar. A situação é igualmente difícil em tantas outras localidades da capital pernambucana, caso de Caranguejo Tabaiares.
Na visita que fez ontem à comunidade, João foi alvo de protestos por justamente ser o representante do que aí está. É a continuação da gestão ruinosa de Geraldo, pura e simplesmente. Do Recife hoje conhecido em todo o Brasil como capital do desemprego e das desigualdades. De gente refugiada em palafitas, dos bolsões de miséria.
Dos profissionais de saúde que atuaram na linha de frente do combate à Covid-19, com R$ 3 bilhões repassados pelo Governo Federal, mas que a Prefeitura não os pagou. Recife de milhares de pessoas em situação de risco nos morros, com mortes provocadas na iminência de qualquer chuva. De gente abrigada embaixo de viadutos.
Índices que envergonham quem aqui vive e são uma triste herança dos oito anos de PSB. Mas este Recife não aparece na propaganda.
Magno Martins / Imagem: Reprodução