Há considerável consenso de que o país atravessa uma profunda crise de representação política. Independentemente de cores partidárias, em geral o povo está descrente com a classe política e não confia que seus interesses serão defendidos por esse ou aquele candidato.
Acompanhamos atônitos a marcha desse sério e progressivo processo de erosão das bases do modelo representativo, permeado por recorrentes escândalos de corrupção que deságuam em uma generalizada demonização da política e dos políticos em geral, colocando em cheque a própria crença na democracia.
Inegavelmente, muitas são as causas dessa lamentável realidade, mas normalmente tendemos a depositar integralmente a culpa no sistema eleitoral brasileiro e nos próprios políticos. Mas de onde vêm os políticos? Como são alçados à condição de representantes do povo? Eles não vêm de Marte ou de qualquer galáxia distante. São, sim, pessoas eleitas a partir do nosso voto.
O processo de maturidade social e política das três décadas de abertura democrática impõe a reflexão sobre nossa parcela de responsabilidade enquanto eleitores. A cidadania não traz só direitos. Somos condôminos e, portanto, corresponsáveis pelas nossas escolhas coletivas.
Esse é o lema de várias campanhas institucionais de conscientização acerca da importância do voto, enquanto instrumento de defesa dos nossos interesses e transformação social.
Mais do que o fomento à ampliação do debate da agenda política pela população em geral, todos somos conclamados a assumirmos uma posição reflexiva e ativa em torno do pleito eleitoral que se avizinha. Não se trata aqui de unicamente condenarmos a compra e venda de votos ou troca de favores. É necessário reconhecermos nossa responsabilidade na escolha dos nossos representantes. A apatia política e a demonização cega aos políticos resultará na continuidade desse deletério estado de coisas.
A participação no debate político, a busca por informações sobre os candidatos, suas ideias e os interesses que dizem defender, são tarefas inafastáveis ao eleitor responsável e ciente dos seus deveres de cidadão. Uma sociedade justa e igualitária se faz com políticos sérios e comprometidos com os interesses coletivos. Mas a escolha de políticos imbuídos desses ideais é também responsabilidade dos eleitores.
VOTE CONSCIENTE!
Com este alerta, mais uma vez somos chamados a fazer nossas escolhas, nas próximas eleições, destinadas a colocarmos Presidente da República, Governador do Estado, Senadores, Deputados Federais e Estaduais para administrar nosso País e nosso Estado e legislar sobre os mesmos, do jeito que nós sonhamos.
Caro eleitor, você tem em suas mãos o poder para construir ou para destruir seu próprio Estado ou País. Seu voto pode ser um tesouro que servirá com outros a fazer seu País, o seu Estado, melhores do que estão, com cidadãos mais felizes e serenos, mesmo na caminhada humana, não sempre livre de imprevistos e desastres.
Seu voto poderá ser também uma bomba que destrói e arrasa seus sonhos, travando o progresso, castigando o povo, piorando tudo; talvez enriquecendo poucos, as custa de todos. Por isso, seu voto não pode ser trocado por favor algum. Não há recompensa que possa pagar o valor do voto. Ele não tem preço.
Mas digitando seu voto na urna eletrônica, você estará, querendo ou não, abrindo um futuro feliz ou desastrado para você mesmo, para sua Família, para a sua Cidade, para o seu Município, para sua Região, para seu Estado, para o seu País.
Esse debate em torno do tema do voto consciente é de suma importância. E nesse diapasão cabe também a discussão sobre a responsabilidade do eleitor na hora de escolher os nomes que irão representá-lo. Então se os cidadãos forem tomados de uma consciência cívica, as coisas começarão a se consertar. O fato é que o Brasil está necessitado que os seus cidadãos fossem tomados por essa consciência cívica de que tanto se fala para alcançarmos enfim o tão sonhado aperfeiçoamento democrático.
Em síntese: VOTO NÃO TEM PREÇO, VOTO TEM CONSEQUÊNCIA!
Araripina em Foco/Artigo político/Autor: Daniel Torres