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Paulo Câmara ganha reforço de socialistas

Os ventos mudam sempre, mas hoje sopram mais forte a favor do secretário
da Fazenda estadual, Paulo Câmara, como pré-candidato do governador
Eduardo Campos (PSB) para disputar o governo do estado. Embora o titular
da pasta da Casa Civil, Tadeu Alencar, tenha predileção entre os
deputados estaduais, Câmara – um dos perfis mais discretos da gestão
Eduardo – é o que menos gera resistência entre socialistas. O Diario
ouviu cerca de dez socialistas que transitam bem com Eduardo e dá para
notar o surgimento de uma campanha de bastidores a favor do titular da
Fazenda. Tadeu recebe muitos elogios, porém é alvo de críticas também. O
mesmo não acontece com Paulo Câmara.

O secretário da Fazenda se
filiou ao PSB no ano passado, mas os socialistas que defendem sua
candidatura lembram que ele é o nome que mais se aproxima do perfil
idealizado para reforçar o discurso nacional de Eduardo, cotado como
presidenciável. Ou seja, seria uma pessoa sem arestas no meio político,
que não tem vidraças e que veste como ninguém o discurso do “novo”
vendido nacionalmente por Eduardo. “Meu posicionamento não é pessoal.
Tenho apreço por Tadeu, mas a identidade de Paulo com o PSB vem de
longe”, disse o prefeito de Moreno, Adilson Gomes Filho, amigo do
governador.

Técnico
Câmara é auditor
concursado do Tribunal de Contas do Estado (TCE), já esteve em pastas
estaduais como Administração e Turismo e, segundo outros socialistas,
não deixou pontas soltas para munir os adversários. Ele tem o mesmo
estilo de trabalhar do atual prefeito do Recife, Geraldo Julio, que vem
sendo muito elogiado dentro do PSB e ouvido por Eduardo. Geraldo,
inclusive, retornou de uma semana de férias e já se reuniu na última
quinta-feira com o governador para discutir o cenário eleitoral.

O
que pesaria contra Paulo Câmara é o fato de ele ser desconhecido no
estado. Isso seria um empecilho numa campanha onde Eduardo Campos estará
andando pelo Brasil como candidato a presidente e não apenas focado em
Pernambuco. Mas basta lembrar que Geraldo Julio começou a campanha no
Recife com “um traço” nas pesquisas, como se costuma dizer, e Eduardo só
começou a fazer caminhadas quando ele ultrapassou o senador Humberto
Costa (PT) e ficou em primeiro lugar. Ser desconhecido do eleitor,
portanto, não é visto como um problema. As pesquisas qualitativas
realizadas pelo PSB esta semana apontam que o eleitor quer “continuidade
com mudanças”. Deseja uma solução caseira com novidades.

Tadeu
Alencar tem defensores, como o ex-secretário estadual e atual prefeito
de São Lourenço da Mata, Ettore Labanca (PSB), bem como o presidente da
Assembleia Legislativa, Guilherme Uchôa (PDT). Há inclusive outra gama
de deputados que sustentam seu palanque nos bastidores, sem se
pronunciar abertamente, para não melindrar os outros postulantes. Mas há
resistência a Tadeu dentro do próprio secretariado, onde alguns
titulares o consideram “muito vaidoso” para uma disputa na qual se
precisa de muito pé no chão.

Ação para eliminar resistências na sigla
Por
enquanto, o nome do secretário da Fazenda estadual, Paulo Câmara, é
quase uma unanimidade dentro do PSB. Ele seria o nome que geraria menos
resistência entre duas lideranças que vinham sendo cotadas como
pré-candidatos, o ex-ministro Fernando Bezerra Coelho e o atual
vice-governador João Lyra. Segundo um cacique do PSB afirmou, tanto
Bezerra quanto Lyra começaram a amadurecer a ideia de que não serão
candidatos. O ex-ministro por ter uma aproximação pessoal com Dilma
Rousseff (PT), tendo sido seu ex-ministro. Já o vice-governador, por
exigências do eleitor por um político que simbolize o “novo”. Lyra é
respeitado nas hostes socialistas, mas é visto como tradicional e não
provoca entusiasmo ao ser citado. “Precisamos de alguém que envelheça a
candidatura do senador Armando Monteiro Neto. Que levante o ânimo”,
afirmou uma liderança socialista de prestígio com Eduardo.

Entre
uma conversa e outra, um cacique aliancista ressaltou que todas as
especulações não passam de ansiedade das lideranças políticas, porque a
disputa estadual ainda não está na pauta do eleitor. Ele explica que
Eduardo Campos ainda tem tempo para escolher seu candidato, lembrando
mais uma vez que Geraldo Julio só foi lançado candidato em junho do ano
passado, ficando pouco tempo no sol e na chuva. Contudo, não é o que
pensa a maioria dos socialistas, que quer ver o governador caminhando
com o pré-candidato pelo estado pelo menos até abril.

Eduardo
Campos, portanto, começou a intensificar as conversas com as pessoas
mais próximas e pediu que Câmara desse algum tipo de sinal aos aliados,
já que, até então, ele vinha dizendo que não pretendia entrar na
disputa.

Allyne Ribeiro
Allyne Ribeirohttps://araripinaemfoco.com
Diretora de Edição e Redação de Jornalismo
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