InícioAraripina em FocoPF realiza ação para desarticular grupo suspeito de fraude em aposentadorias

PF realiza ação para desarticular grupo suspeito de fraude em aposentadorias

A Polícia Federal (PF) apreendeu 25 cartões bancários, três celulares e uma caminhonete Hillux em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, em uma ação contra fraude previdenciária. Segundo a PF, o grupo é suspeito de fraudar 227 benefícios, entre aposentadorias e pensões.

“Eles forjavam pensões por mortes e todo esse dinheiro era colocado na conta da quadrilha. Também faziam aposentadoria fictícia, [que] não eram pessoas que morreram, mas eram pessoas que não tinham o direito ao benefício”, disse o chefe de comunicação da Polícia Federal em Pernambuco, Giovani Santoro.

As investigações apontaram, ainda, que os esquema criminoso incluía o uso de documentos falsos e ajuda de idosos “laranjas” para criar beneficiários fictícios.

“Eles também, através de inserção de dados falsos no sistemas, trocavam as senhas dos correntistas, dos aposentados, faziam com que essas contas fossem adulteradas para colocar na conta da quadrilha e também faziam empréstimos consignados”, declarou Santoro.

Denominada operação Aturada, a ação aconteceu na sexta-feira (30) e foi divulgada nesta quarta-feira (4). Santoro afirmou que os materiais foram apreendidos no apartamento de uma mulher e seguiram para perícia técnica.

As pensões e aposentadorias alvos da ação ainda devem ser revisadas pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), informou a PF. “Encontramos 25 cartões que possivelmente são de pensão por morte fraudadas pela quadrilha. […] Todos os benefícios [suspeitos] já foram bloqueados”, declarou Santoro.

A PF também vai apurar a possível participação de servidores do INSS no esquema criminoso. “Para se inserir dados no sistema [previdenciário], tem que ter também um servidor malicioso, um servidor desonesto, que possa fazer a alteração no sistema. O sistema tem suas vulnerabilidades, mas o INSS vem cada vez mais aperfeiçoando”, disse Santoro.

A operação foi feita pela Força-Tarefa Previdenciária e Trabalhista, integrada pela Polícia Federal, Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia e Ministério Público Federal.

“A força-tarefa fez uma projeção que, se tivesse dado continuidade, [a fraude] causaria um prejuízo aos cofres públicos de mais ou menos R$ 6 milhões. Então, agora a gente vai se deparar com todas essas informações que foram obtidas”, disse Santoro.

Nessa fase, foi cumprido um mandado de busca e apreensão na Rua Navegantes, na Zona Sul do Recife, expedido pela 36ª Vara da Justiça Federal. Os crimes investigados pela PF na ação foram os de inserir dados falsos em sistema de informação, estelionato e uso de documentos falsos.

“Esse é o primeiro mandado dessa operação em Pernambuco, mas já houve ações da polícia em outros estados do país”, informou Santoro, sem detalhar quando os outros mandados foram cumpridos.

O nome da operação, “Aturada”, faz alusão a algo que se estende por muito tempo e a alto custo, considerando que a suspeita dos investigadores é de que a organização atua há mais de 18 anos e em pelo menos 10 estados brasileiros.

G1 PE / Imagem: Reprodução

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