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Piauí entra para a rota da extração de diamante e se torna referência mundial

Estimado em dois milhões de quilates – o equivalente a
400 toneladas de pedra preciosa – o diamante do Piauí é puro e possui
certificação de Kimberley, órgão criado pela Organização das Nações Unidas
(ONU), para atestar diamantes quanto à sua origem e legalidade.
A descoberta das novas jazidas de Gilbués fez com que o
Piauí se tornasse rota para a extração de diamantes no continente . Hoje Estado
é tido por especialistas do setor de mineração como um ponto de referência não
só no Brasil, mas em toda a América Latina. Para efeito de informação, hoje o
país encontra-se na décima colocação de exportação de diamantes.
A nova jazida de Gilbués sozinha pode fazer o Brasil se
aproximar de números da Rússia e Botswana que hoje são os países líderes no
setor. Este, aliás, é um dos principais motivos em ter empresas e mineradores
do Piauí como parte da Bolsa de Diamantes do Panamá, que desejam pôr o Piauí em
destaque mundial no setor.
A novidade atrai pessoas interessadas em todo o
continente americano. Ali Pastorini, diretora do Comitê de Marketing da Bolsa
de Diamantes do Panamá, enxerga um futuro brilhante para o Piauí.
“Eu, como diretora do Comitê de Marketing mundial da
Bolsa, e responsável por trazer empresas latinas para integrarem a mesma, vejo
a entrada do Piauí na bolsa de diamantes como uma mudança considerável para o
setor”, destaca.
A mina de diamantes em Gilbués até o momento é a única
jazida da pedra encontrada no Nordeste e pode trazer a sorte grande para o
Estado. “A nova jazida de Gilbués pode fazer o Brasil se aproximar de números
da Rússia e Botswana, que hoje são os países líderes no setor da extração de
diamantes”, confirma Ali Pastorini.
As pedras de diamantes foram descobertas de forma
acidental por pesquisadores nacionais da Companhia de Pesquisas de Recursos
Minerais. Eles realizavam análises sobre a descoberta de uma grande reserva de
Ferro no município de Paulistana quando se depararam com a jazida de diamantes,
avaliada em dois milhões de quilates.
Se em Paulistana as reservas de ferro eram três vezes
maiores que o previsto na pesquisa inicial, o mesmo pode acontecer em Gilbués:
estimativas apontam que a reserva da pedra no Estado supera 400 toneladas, mas
comentários extra oficiais dão conta que o montante pode ser duas vezes maior.
Por isto o interesse da Bolsa de Diamantes do Panamá na pedra preciosa.
A Bolsa de Diamantes do Panamá, primeira e única da
América Latina, está localizada na cidade do Panamá numa zona livre de
impostos, há apenas 15 minutos do Aeroporto Internacional do Panamá. Toda a
comercialização de diamantes, pedras preciosas, gemas, ouro, prata, joias e
relógios realizado dentro da Bolsa não são taxados.
O que a torna extremamente atrativa para o mercado,
pois lá, empresas e empresários de países como Índia, Israel, Estados Unidos,
Itália e Bélgica negociam produtos de alta qualidade, excelente procedência e
competitividade no preço. Além de colocar as empresas extrativistas da pedra em
um nível internacional dada a grande exposição que a bolsa de diamantes tem.
Diamante do Piauí está em fase de lavra
“Pelo que tivemos conhecimento da jazida de
diamantes em Gilbués, sabemos que até o momento ela é a única do
Nordeste”, celebra o secretário de Mineração, Petróleo e Energias
Renováveis do Governo do Estado, Alexandre Silveira.
E o Departamento Nacional de Produção Mineral já
autorizou o cadastro de mineradores interessados em desbravar as jazidas de
Gilbués. “Tudo está em fase preliminar. Primeiro vamos realizar o cadastro
para sabermos se o número de interessados é maior ou menor que a reserva de
diamante.
Ouvimos muito falar nas riquezas naturais do Piauí. Por
isto queremos colocar tudo no papel e fazer com que o Governo faça parte deste
processo, pois a mineração vai gerar muitos dividendos para o Piauí”,
afirma.
E o Piauí só tem a ganhar. Em Gilbués, o trabalho de
garimpo funciona ainda a título de pesquisas, com uma guia de autorização. Com
a assinatura da portaria de outorga a lavra passa a ser profissional, em uma
mina.
A futura primeira mina do Piauí, e também do Nordeste,
já exportou cerca de três mil quilates de diamantes certificados e já faz parte
dos produtos que compõem a pauta de exportações do Piauí. “Estamos atrás
de agilizar esta pauta.
Falta apenas resolver algumas questões junto à
Secretaria de Meio Ambiente para colocar o Piauí na rota mundial do
diamante”, pontua o secretário de Mineração, Petróleo e Energias
Renováveis do Governo do Estado do Piauí. (O.B.)
Extração ilegal de diamantes já acontece em Gilbués
Feitos de carbono submetido a altíssima pressão, os
diamantes foram forjados até 200 km abaixo da superfície há pelo menos 3
bilhões de anos. As minas são criadas em regiões com alta concentração de um tipo
de rocha, denominado pelos geólogos de kimberlito.
Esse material é formado pelo resfriamento do magma, que
chegou até a superfície há milhões de anos, carregando elementos de regiões
profundas da Terra.
No Brasil, a produção se concentra em minas formadas
por erosão de kimberlito. As águas de rios e lençóis freáticos carregam pedras,
que se concentram em áreas superficiais e passam a ser exploradas por
mineradores.
Em Gilbués, algumas empresas já extraem a pedra
preciosa de forma ilegal, mesmo sendo necessária uma ordem para a retirada da
mesma. “Temos informações extraoficiais de que pequenos mineradores e
algumas empresas extraem diamante em Gilbués de forma ilegal”, conta
Alexandre.
Entretanto, a Secretaria de Mineração, Petróleo e
Energias Renováveis do Governo do Estado do Piauí está de mãos atadas até que a
situação da jazida seja devidamente regulamentada. “Não podemos fazer nada
até haver a assinatura da portaria de outorga a lavra”, lamenta. (Por Olegário Borges)
Allyne Ribeiro
Allyne Ribeirohttps://araripinaemfoco.com
Diretora de Edição e Redação de Jornalismo
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