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Plantas da caatinga ajudam a enfrentar o Aedes aegypti

Ao analisarem plantas
coletadas no Parque Nacional do Catimbau, no Sertão de Pernambuco,
pesquisadores do Núcleo de Bioprospecção e Conservação da Caatinga (NBioCaat),
rede articulada pelo Instituto Nacional do Semiárido (Insa/MCTI), perceberam
que óleos essenciais de Commiphora leptophloeos, nome científico da umburana,
ajudam a combater a larva do mosquito Aedes aegypti, que transmite dengue,
chicungunha e zika.
“Para chegar a essa
conclusão, usamos um modelo da Organização Mundial de Saúde, que consiste em
preparar uma solução de água com óleo da planta numa determinada concentração.
Em seguida, as larvas do mosquito foram colocadas nesse preparo por 24 horas.
Passado esse tempo, percebemos que a dose usada matou 50% das larvas, o que
pode contribuir para combater o Aedes, hoje considerado um grande problema”,
explica o pesquisador Alexandre Gomes da Silva, do NBioCaat.
Os resultados dessa
análise foram publicados recentemente em artigo na revista científica Plos One.
“Já sabíamos que esses óleos essenciais tinham ação inseticida, mas queríamos
ter a certeza da ação dessas substâncias da umburana contra o Aedes.
Verificamos que há eficácia.” Agora, os pesquisadores pretendem desenvolver um
biopesticida com compostos de plantas da Caatinga que possam contribuir para o
enfrentamento às doenças transmitidas pelo mosquito. “Só conseguiremos levar o
composto para o mercado se tivermos apoio da iniciativa privada. Além disso, a
nossa ideia também é testar a ação da substância como repelente”, ressalta
Alexandre.
Ele faz parte de um grupo
de pesquisa que analisa a utilização de compostos de plantas da Caatinga no
combate a pragas. O controle químico, com inseticidas, é uma das metodologias
mais adotadas como parte do manejo sustentável e integrado para o controle do
Aedes aegypti. O uso indiscriminado, no entanto, tem favorecido a resistência
dos mosquitos aos inseticidas. “O controle químico tem eficácia contra o
inseto, mas é nocivo ao meio ambiente, diferentemente da substância que possa
ser usada como inseticida natural”, esclarece o pesquisador.

Os estudos do NBioCaat
também concluíram que a ação de óleos essenciais de Eugenia brejoensis,
conhecida popularmente como cutia, uma espécie da família da pitanga e goiaba,
foi considerada moderada – também foi capaz de exterminar até 50% das larvas
dos mosquitos nos testes. Dessa maneira, os pesquisadores ressaltam que os
biopesticidas ainda não explorados podem contribuir para o enfrentamento ao
Aedes e consequentemente ajudar a reduzir os casos de dengue, chicungunha e
zika. Embora a pesquisa tenha utilizado plantas coletadas no Parque Nacional do
Catimbau, os pesquisadores informam que elas podem ser encontradas também em
Sergipe e no Espírito Santo. (Via: JC Online)
Allyne Ribeiro
Allyne Ribeirohttps://araripinaemfoco.com
Diretora de Edição e Redação de Jornalismo
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