matou o candidato à Presidência da República e ex-governador de Pernambuco
Eduardo Campos, há exatamente um ano, mudou a vida de Benedito Juarez Câmara,
69 anos, dono da academia que foi destruída com a queda do avião. Ela estava
aberta e funcionando quando ocorreu o acidente e foi um dos locais mais
afetados entre os imóveis da região. A aeronave caiu no terreno logo atrás do
prédio. Alguns alunos ficaram feridos, mas ninguém se machucou com gravidade.
40 anos até que o acidente o fez fechar as portas. Há um mês, no dia 13 de
julho, ele conseguiu reabrir apenas a área de musculação, enquanto a piscina
ainda está sendo recuperada. Antes, eram 750 alunos, agora são apenas 100. Com
toda a crise por que passou, precisou demitir dez funcionários, ficando com
cinco.
tanto tempo de experiência, já passou por várias crises, mas sentiu-se
desrespeitado pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB). “Em um primeiro
momento, pós-acidente, o PSB se comprometeu a pagar os danos todos e, no
pós-eleição, veio aquela política de sempre: promete antes e sai fora depois.”
telhado, os equipamentos e as três piscinas. O empresário é uma das pessoas que
recorreram à Justiça para receber indenização. Seu advogado, Alexandre
Ferreira, informou que são duas ações: uma da pessoa física e outra da pessoa
jurídica Mahatma Academia.
referência direta aos danos do imóvel, ao lucro cessante pela não utilização do
imóvel e danos morais. Com relação à academia, temos um pedido de indenização
material pelos equipamentos, porque foram inutilizados, e de lucro cessante
pela perda dos alunos”, disse o advogado.
empresa AF Andrade, que consta como proprietária da aeronave na Agência
Nacional de Aviação Civil (Anac), e o Partido Socialista Brasileiro (PSB), que
era o detentor da posse do avião na época, segundo Ferreira. O processo está em
andamento e os réus já contestaram a demanda. Somente em relação aos danos
materiais, cada ação pede aproximadamente R$ 1,8 milhão.
que ninguém quer assumir a culpa pelo acidente, todo mundo foge da
responsabilidade com relação à aeronave. Isso está dificultando o andamento do
processo, porque quem tem os documentos efetivos sobre essa prova é o próprio
PSB e a própria AF Andrade”, afirmou o advogado. Segundo ele, no Tribunal
Superior Eleitoral, não há prestação de contas em relação à utilização do
avião. “Então, isso tudo vai dando essa penumbra de que houve alguma coisa
equivocada na cessão do avião”, completou.
“figurava única e exclusivamente como arrendatária da aeronave” e que, antes do
acidente, transferiu os direitos do arrendamento aos empresários João Carlos
Lyra e Apolo Vieira, que teriam permitido o uso pelo PSB. A empresa ressalta
que não é responsável pelo avião porque “não estava na sua condução, não
detinha seu controle técnico, não a explorava, não contratou os pilotos nem
sequer tinha qualquer vínculo com as pessoas que estavam a bordo”.
65 anos, fica nos fundos da academia de Juarez. Lá, a aeroviária aposentada
mora com as irmãs Miriam e Ivone. Na hora do acidente, estava na cozinha e viu
o avião caindo atrás de um bambuzal, no terreno vizinho ao prédio em que mora.
Ela contou que uma das turbinas entrou no apartamento em cima do dela.
de guerra quando o avião caiu. Eu o vi acelerando e vindo na direção do meu
prédio. A única coisa que eu gritava era ‘aqui não’ e o avião acabou afundando
atrás, no meu muro”, contou. Marlene não sofreu ferimentos, mas teve o cabelo
chamuscado por causa da explosão. Seu apartamento sofreu avarias e as três irmãs
só conseguiram voltar a morar no local cinco meses depois do acidente, em
janeiro deste ano.
pagou a reforma do imóvel, que ficou inundado para que os bombeiros apagassem o
fogo do apartamento de cima. Os eletrodomésticos ela teve que repor, mas
somente em partes, porque não tem todo o dinheiro. A aposentada espera, porém,
receber a indenização por danos materiais e morais.
contratado por João Carlos Lyra avaliou o prejuízo de sua residência em R$ 58 mil.
Lyra propôs, então, o pagamento de R$ 19 mil e que a aposentada abrisse mão dos
danos morais. “Impossível aceitar uma proposta dessa, porque as marcas não vão
embora.”
Arruda Sampaio, que representa 22 famílias e dois condomínios residenciais, tem
como demanda dos clientes a indenização por danos materiais e morais. Os réus,
nesses casos, são João Carlos Lyra e Apolo Vieira. “É uma opção do Código Civil
que facilita muito a ação: você não precisa pegar outros eventuais culpados,
que vão ficar brigando entre si e atrasarão o andamento do processo.”
indenizações não cabem ao partido e sim aos proprietários do avião, com
registro na Anac, ou ainda ao Bradesco Seguros, por quem a aeronave estava
assegurada. A Bradesco Seguros informou que, até o momento, todas as
indenizações solicitadas, com base na apólice em vigor na data do acidente,
foram pagas.
Gonçalves Jr., não atendeu à Agência Brasil, porque esteve em reunião o dia
todo. Tiago Garcia Clemente, que representa Vieira juridicamente, disse que não
se manifesta sobre processo em tramitação na Justiça.
aguarda a conclusão da investigação para verificar se haverá necessidade de
eventual adequação nos procedimentos vigentes, conforme recomendações de
segurança que vierem a constar no relatório final.
PR-AFA, decolou do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino ao
aeroporto do Guarujá, no litoral de São Paulo. No momento em que se preparava
para pousar, o avião arremeteu. Na sequência, o controle de tráfego aéreo
perdeu contato com a aeronave, que caiu no bairro do Boqueirão, na cidade de
Santos. As sete pessoas que estavam a bordo morreram. Na ocasião, a Ouvidoria
Móvel da Prefeitura de Santos cadastrou 32 famílias afetadas no local do
acidente.
fase final de análise dos dados, de acordo com o Centro de Investigação e
Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). O órgão já descartou as hipóteses
de colisão com aves, drones ou aeronaves, voo invertido e problemas no motor.