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Prefeitura de Ouricuri sob investigação: R$ 10 Milhões em poços artesianos nunca realizados

À medida que se aproxima o período de campanha municipal, a Prefeitura de Ouricuri está no meio de um escândalo. O Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) está conduzindo uma investigação sobre uma série de pagamentos irregulares relacionados a contratos de perfuração de poços artesianos, que totalizam cerca de R$ 10 milhões, entre 2019 e 2023.

A investigação aponta que a atual gestão do prefeito Ricardo Ramos, teria realizado pagamentos à empresa Opa Construções, Transporte, Locações e Serviços LTDA por serviços que, na realidade, nunca foram prestados. O relatório da auditoria revela que os poços prometidos não foram perfurados, contrariando as informações apresentadas pela Prefeitura

De acordo com o relatório, a administração do prefeito Ricardo Ramos havia informado às famílias das zonas rurais que seriam beneficiadas com a instalação de poços artesianos. Em alguns casos, até cinco poços foram prometidos a uma única família. No entanto, uma inspeção recente revelou que esses poços nunca foram perfurados, contrariando a informação oficial.

A auditoria também apontou a falta de colaboração por parte dos responsáveis pela gestão. O secretário de Produção Rural e Recursos Hídricos, Ideval Alves, e o próprio prefeito Ricardo Ramos não foram localizados para fornecer esclarecimentos. Um servidor designado pela prefeitura para acompanhar a auditoria não tinha conhecimento detalhado sobre os poços nem possuía a documentação necessária, aumentando as suspeitas sobre a transparência da administração.

Os documentos apresentados pela prefeitura foram identificados como fraudulentos, e os pagamentos realizados à empresa foram classificados como ilegais, pois não correspondem a serviços efetivamente prestados. O montante de R$ 9.941.177,92 foi pago por serviços que não foram entregues, e as listas de beneficiários foram falsificadas.

Diante das evidências de má gestão e falsidade ideológica, o relatório recomenda que o Ministério Público de Contas tome medidas contra os responsáveis. A auditoria sugere a devolução do montante pago pela empresa e responsabiliza tanto Ideval Alves quanto Ricardo Ramos por suas ações na autorização e atestação de pagamentos indevidos.

Redação Allyne Ribeiro/Foto: Reprodução

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