O maior programa habitacional da história do Brasil deixou um saldo negativo em relação ao atendimento do público prioritário de baixa renda. Aqui na cidade de Araripina, a discussão à cerca das famílias sorteadas tem se prolongado e gerado polêmica até hoje. O tema veio à tona após o anúncio da construção de mais dois residenciais, sendo que um deles é destinado à classe popular.
Segundo relatos de pessoas que não foram contempladas e que fazem parte do grupo de baixa renda, existem casas na qual o ganhador não mora, permanecendo fechada ou colocada para ser alugada e até mesmo vendida. Inclusive tem casos registrados de invasões a essas residências. Ao ver uma dessas moradias sem ninguém, as pessoas se apossam e daí vai para a esfera judicial onde há disputa para ver quem ganha o processo e fica com o empreendimento.
Ao analisarmos essa problemática percebemos a clara confusão feita no momento da realização dos cadastros, pela qual, as faixas de renda não foram respeitadas e quem tinha condições financeiras acabou entrando na parte destinada a baixa renda, mesmo sabendo que quando existia, o Minha casa Minha Vida era dividido por classes de famílias de acordo com a renda de cada grupo. O programa tinha tudo para ser bem executado e encaixar o público correto, porém, como sempre tem aquele velho e conhecido jeitinho brasileiro.
Atualmente o programa foi desmontado pelo Governo Bolsonaro, agora ele se limita a pequenas reformas e aquisições de casas prontas. As construtoras passaram a ter em suas mãos os meios de negociação com os compradores, tendo estes o crédito emprestado da União por meio dos bancos sendo a Caixa Econômica a principal instituição financeira para a aquisição do imóvel.
Os novos empreendimentos que irão ser construídos aqui no município de Araripina já devem seguir o programa Casa Verde e Amarela do governo. Basta o cidadão comprovar uma renda fixa que ele fica apto a concorrer a uma dessas casas. Vale ressaltar que o valor pago pelas famílias todo mês não será o mesmo do antigo Minha Casa Minha Vida, visto que, são novas formas de negociações entre as construtoras e os clientes, sem o amparo da Assistência Social com a intermediação direta. Cabe deixar claro que as formas de seleção e condições de pagamentos ainda serão divulgadas posteriormente.
Enquanto isso, a demanda por moradia própria tem aumentado e cada vez mais famílias pobres vivem em situações precárias morando em casas de alvenaria e de pau-a-pique, na maioria das vezes se arriscando em morros ao lado de encostas colocando em risco a sua vida.
Redação AF News / Imagem: Reprodução