InícioAraripina em FocoSob protestos, Congresso aprova manobra para fechar as contas de Dilma

Sob protestos, Congresso aprova manobra para fechar as contas de Dilma

Após semanas de embates,
promessa de liberação de recursos e muito tumulto, o Congresso Nacional aprovou
na madrugada desta quinta (4) o texto principal do projeto que viabiliza a
manobra fiscal que permite ao governo fechar as contas deste ano.
Numa sessão de 17 horas,
deputados e senadores passaram a analisar sugestões de mudanças apresentadas
para a proposta que permite ao governo descumprir a meta de economia para o pagamento
de juros da dívida (o chamado superavit primário) para concluir a votação.
Na Câmara, o texto
principal foi aprovado com 240 votos favoráveis e 60 contrários. No Senado, a
proposta recebeu 39 votos a favor e um contrário. Para dar o quórum de 41 senadores,
Renan chegou a considerar sua presença.
Considerada prioridade
zero do Planalto, a medida libera a presidente Dilma Rousseff de eventualmente
responder por crime de responsabilidade, como acusava a oposição, por
descumprir essa espécie de poupança estabelecida na LDO (Lei de Diretrizes
Orçamentárias).
O projeto enviado pelo
governo permite que desonerações tributárias e gastos do PAC (Programa de
Aceleração do Crescimento) sejam abatidos dessa meta de poupança.
Com isso, a meta fiscal,
de ao menos R$ 81 bilhões, deixa na prática de existir, e o governo fica
autorizado até mesmo a apresentar um déficit. A nova previsão da meta de
superavit é de pouco mais R$ 10 bilhões.
O texto foi aprovado sob
protesto da oposição, que fez de tudo para adiar a votação.
Nas últimas três semanas,
o Planalto chegou a sofrer derrotas impostas por sua própria base aliada, que
atuou para adiar a discussão diante das insatisfações com a montagem da equipe
para o segundo mandato de Dilma.
O debate instalou um
verdadeiro clima de guerra na Casa, com direito a troca de xingamentos entre
parlamentares e até agressões físicas envolvendo seguranças nas últimas
semanas.

O presidente do Congresso,
senador Renan Calheiros (PMDB-AL), decidiu ignorar as resistências dentro do
próprio partido e passou por cima de manobras da oposição.(Folha de São Paulo)
Allyne Ribeiro
Allyne Ribeirohttps://araripinaemfoco.com
Diretora de Edição e Redação de Jornalismo
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